Posso entrar ? Tudo bem, a casa é… minha!

Posso entrar ? Tudo bem, a casa é… minha!

Nada foi
feito o sonhado
mas foi bem-vindo
feito tudo
fosse lindo

Paulo Leminski

Uma vez escrevi neste meu singular espaço Plural que não gostaria de ter um milhão de amigos. Isso, concluía, ficava  para esse rei de poucas e boas músicas. Sobretudo aquelas que falam de velhos tempos e belos dias.

 Acabei de chegar. Depois de trinta dias no molho – nada de pardo, estou proibido – volto ao convívio dos poucos amigos que conquistei e por eles fui conquistado. Não os nomearei.  A memoria é traiçoeira. Todos sabemos – ou deveríamos saber – que a cada 15 minutos o brasileiro esquece os últimos 15 minutos. Acho que foi o Ivan Lessa que descobriu essa pérola. Acho.

 Agora, depois de trinta dias contados no calendário dos nossos dias, todo o mês de junho, volto à sala em que os amigos permaneceram, todos, preparando a minha volta. Se é bom? Somente os verdadeiros amigos sabem.  Esses ” que não trazem dentro da boca palavras fingidas ou falsas histórias”. Mais: Sabem entender o silêncio dos amigos. Compartilhar. Ser cúmplices desse.

O melhor dos amigos, como está sendo nesse exato instante, são os carinhos espalhando nas entrelinhas dos desejos de boas-vindas. “Estás muito melhor!”. “O aspecto está daquele que vive em eterna paz com a vida!”. “Deste um verdadeiro “upgrade” no corpo e na alma!”.  Uns disseram. O astral ? Se era bom, depois dessas, foi lá para onde os olhos não conseguem ver. 

Sorrio. Mas,  no fundo, ali onde o coração hoje bate mais forte, livre, caminhos abertos para a vida, o melhor é saber que meio a toda essa alegria falada há um desejo sincero de boas-vindas pela volta deste sujeito que aprendeu a viver o silêncio.

 Amigo. Esse, segundo Aristóteles, se faz rapidamente. A amizade, pela vez dela, é um fruto que amadurece lentamente. Pois é. Isso acontece comigo. Todos os meus amigos, os verdadeiros, são frutos amadurecidos. Poucos. É verdade. Mas não os quero muito. Apodrecem. Esquecemos os seus nomes.

A família.  Irmãos, filhos, netos e esposa-companheira. Esses são essenciais. São eles que nos sustentam estando conosco ou em nossa ausência. A todos, agora bem-vindo, como acabei de assim ser recebido, só me resta agradecer o fato de tê-los como amigos.

Divago. Sei. Mas, fora do meu silêncio, somente assim, divagando com palavras, posso espalhar neste espaço toda a minha gratidão. Voltei. Estou bem. E contente. Mas não me encontrarão diferente. O mesmo 1berto. O mesmo sujeito que sabe a verdadeira importância da gratidão.

Obrigado a todos.

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