Uma mania que virou hábito. A leitura. Uma que habita em mim. Mais uma. Ou o inverso. Por aí.Nesse exato momento leio “1912 – A invasão de Patos”. Os daqui nem precisavam de explicação. Não precisam. Os de lá, de alhures, talvez. Explico: Patos é um município brasileiro no Estado da Paraíba, localizado na mircorregião de Patos, na mesorregião do Sertão Paraibano. Distante 307 km de João Pessoa. Pronto. Agora volto a “invasão” do escritor e historiador e teatrólogo José Mota Victor. Filho legítimo de Patos, é também autor de peças premiadas em nível nacional. Mas essas ficam para outras mal-traçadas.
Agora, nesse exato instante, leio sobre a invasão de sua cidade natal. Diz o autor que essa é mais uma “Novela Histórica”. Se ele diz, não duvido. Leio-a como “novela histórica”. Leve. O texto é leve. O seu. Isto é, o dele. Ele escreve como se contasse uma história vivida, sentado num daqueles bancos de madeira, típicos de velhas fazendas. Ah, e como se estivesse entre “pareceiros”. Assim mesmo: pareceiros seu. Digo, dele.
O livro tem cada história arretada de boa. E todas vividas e contadas, a maior parte, por Dona Marica, que, segundo o autor, é “uma protagonista da história”. Tudo, porém, é o resultado de 08 anos de publicação ininterrupta – mensalmente – no Jornal “O Sertão”. Sem dúvidas uma leitura agradável. Um livro todo escrito sem o paletó e a gravata que muitos colocam sem suas frases para contar uma história que esperam ser “nua” e… crua.
A sua – dele – análise daqueles tempos em que o eleitorado era muito mais “encabrestado” do que hoje, muitas vezes, é de fazer o sujeito morrer de tanto sorrir para ressuscitar gargalhando. Vou lendo. Estou. Mas para que vocês também possam dividir comigo algumas boas gargalhadas, aprendendo sobre a história da invasão desse município e sorrindo dos tropeços de seus invasores, conto essa que segue, logo depois dos dois pontos dessas mal-traçadas:
“O processo eleitoral da cidade de Patos não era diferente do resto do país. Miguel Sátyro e Sousa comandavam a farsa eleitoral com eleições a bico de pena. Bertino Queiroz conta uma história interessante.”.
A história:
“certa vez, o coronel Miguel Sátyro mandou um recado por um morador, para o fazendeiro Jose Epaminondas da Nóbrega, proprietário da Fazenda Riacho Fundo”.
O recado:
“- Diga ao Juca que ele já votou! Marquei o voto dele em Washington Luiz!”.
Sentiram? E conclui o autor: “Era assim que se votava na Republica Velha”.
E aí, gostaram da historiazinha ?! Depois conto mais. Ah, tem mais: também verão que em nossos tempos de quadrilhas e delações premiadas a coisa não é tão diferente assim. Somente a forma. Pois é. Uma bolsinha aqui, uma casinha ali, um dinheirinho em alhures e, claro, por aqui também.