A CASA EM QUE NASCI!

A CASA EM QUE NASCI!

Hoje, sábado de chuva, nenhuma novidade por aqui, inventei de passar pela casa onde nasci, a casa onde tudo começou, a casa que ainda hoje carrego comigo.

E como está mudada a casa em que nasci! Se não tivesse nascido nela e dela nunca me afastado, assim como do meu bairro Jaguaribe, juro que não mais a reconheceria.

 Parei defronte ao seu grande portão, esse que ela nunca teve, e pensei com os meus botões hoje mais carne do que osso: a minha casa nunca teve portão assim1 Tinha o muro baixinho. Nem de abrir um portão precisava para os de casa irem às ruas, e os amigos da rua virem para dentro de casa!

Se não tinha medo de ladrões? Ah, nem pensar. Somente alguns poéticos que gostavam de roubar sonhos e sonhavam roubar um dia as cores dos arco-íris que enfeitam àquelas bandas da Mata do Buraquinho!

 O muro agora faz a casa que foi minha – continua, continua – parecer um presidio de segurança máxima. Ninguém da rua consegue ver aquele terraço em que me arrastei por meses carregando nesse arrastar os sonhos de criança. Triste. Senti-me preso do lado de fora da casa. Pausa. Ou seria da agora prisão?

 O pomar que existia no quintal da minha casa não existe mais. Se eu vi?! Nem precisei. Os frutos do nosso tempo hoje são comprados nas firas livres do esforço de plantar, mas carentes do prazer de colher. E um pomar deixaria o meu quintal cheio de “lixo” em folhas e flores!

 Pra que mentir? Senti saudades da casa que foi minha por fora. Por dentro?! Ora, como sentiria saudades de quem sempre esteve comigo e sem quaisquer sinais desse tempo que passou levando a minha casa de fora?!

 Pois é, ali, na Rua 12 de Outubro, em Jaguaribe, número 950, tem uma casa que em nada se parece com a casa em que nasci, essa que ainda hoje acompanha o meu nascer em cada manhã! A casa onde eu nasci vive – Vive! Viva! – dentro de mim!

rua 12 de outubro dois

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3 comentários

  1. sergio de castro pinto

    como diria o poeta mauro mota, hoje a casa é inquilina do antigo habitante.
    abraços do
    sérgio

    • Humberto

      ah, meu castro poeta! lembranças de poeta é somente poesia! um comentário desses num sábado chuvoso é de lavar a alma! putabraço! obrigado pela leitura das mal-traçadas desse malabarista de palavra! em casa que hoje habita em mim sou eu o inquilino!

  2. Humberto

    meu poeta do olhar certeiro! acertaste mais uma: nunca deixo de ouvir esse som quando passo pela minha casa da 12 de outubro! se ele, esse som, não vive mais cheio de mim, eu vivo cheio dele! putabraço, meu amigo!

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