Nada de placa de “doutor” na porta de casa. Ele não era “doutor”. Também nunca desejou o “doutorado” dos homens. Nunca dele precisou no tempo em que morava nesta cidade e vestia a roupa que ainda visto.
Essa placa aí ficava na sua – dele – cozinha. Mais que uma placa. Era a sua – dele – filosofia de vida. Nunca teve medo nem vergonha de confessar que tinha um Deus e Nele acreditava. Muito.
Todo domingo, chovesse ou fizesse sol, estava no seu banquinho preferido da Igreja do Rosário. A sua – dele – igreja. Perder a missa do domingo, embora fosse um puro de coração, era o maior dos pecados.
Hoje, não me perguntem o porquê, amanheci com uma saudade dele que não cabe no peito. Nem no Coração. Às vezes falávamos que ele falava muito. Tudo bem. Agora , silencioso, está falando mais que nunca. O silêncio dele é capaz de dizer mais que as muitas palavras que espalhou por aqui.
Sinto a sua – dele ainda – falta. Desculpem. E que o meu irmão João Heráclito está me fazendo falta.
Realmente; Ele vive em cada um de nós! Não morreu. Antecipou-se!