Eu gosto dessa música do Chico Buarque. É de minha 1968. Nem me lembro mais onde e quando a ouvi pela primeira vez. Uma dúvida, porém, eu não tenho: ainda era quase menino de pernas bambas e braços nus correndo pelas campinas do meu bairro Jaguaribe.
Eu disse e vocês leram: eu gosto dessa música. Não é uma Rita, essa eu gosto mais ainda. Mas de uns tempos pra cá a Segunda-feira tem sido a minha semana. Não somente um dia, mas uma semana. Eu passei a vê-la como o primeiro dos meus dias da semana.
Eu tenho amigos que não gostam da Segunda-feira. Se eles tem razão? Tem e dou-lhe a minha: eles não conhecem a minha segunda e por isso não sabem por que faço dela o melhor dos meus! Mas, por outro lado, esse o lado deles, eu respeito e muito: triste da segunda se todos gostassem do domingo.
Prestem atenção: como compositor, Chico melhorou muito. Natural, não? Mas acho que a voz de Chico, como aquela propaganda de um cabelo que passou pelas nossas cabeças e somente a voz deixou, continua a mesma. Ah, que venha logo a minha Segunda-feira!
Em tempo: simples, curta, mas deixa um belo recado:
Por isso eu conto a quem encontro pela rua
Que meu samba é seu amigo
Que a minha casa é sua
Que meu peito é seu abrigo...