Manhã, manhazinha. Serei mais preciso: manhãzinha de segunda-feira.
Pausa.
Escrever é preciso e preciso tentar escrever. Nenhum esforço. Respiro. Não invento nem tento fazer diferente. Todas as crônicas são iguais. Ou quase. Mudam apenas o começo e o seu final.
Amanheço em mim. As pessoas chegam com as suas – delas – caras de segunda-feira. Poucos passam e dão um bom-dia com os rostos ou caras de domingo. Não sei o porquê. Mas também não me interessa saber. Eles sabem.
Um colega se aproxima e reclama. Não pelo fato de estar numa segunda-feira, mas por esse fato que acabei de aqui espalhar: chegam com caras ou rostos de segunda-feira. Pior: por não gostarem desse dia ? Esquecem o domingo ?
Sua reação?
Não entende como um colega de trabalho passa por outro e não se oferece “todo amigo” dando—lhe um bom-dia. Essa foi sua reclamação: esses economizam até um bom- dia.
Às vezes um bom-dia faz da segunda-feira uma manhã de domingo. Ele diz. Não custa nada. O custo? Poucos segundos para uma boca aberta. Assim mesmo: uma boca aberta. Nem precisa da exclamação logo depois dessa abertura de boca. Essa fica no ar, no sorriso. Ah, nesse é melhor.
Um bom-dia somente sorriso é uma gargalhada da manhã!
Aborrece-se o colega:
- Não darei mais um bom-dia a nenhum colega. Também a um bom-dia não responderei..
Nada lhe digo.
Antes mesmo de sua reclamação, o meu bom-dia soou somente sorriso nos ouvidos dos presentes. Se não sentiram esse, o sorriso, a culpa não foi minha nem do sorriso.
Todos colegas e alguns amigos. Se esses não merecem o meu bom-dia, o desejo? Muito. Mas não um desejo da boca pra fora. Fosse assim eles não mereciam, nem um bom dia eu lhes daria.
Não falo isso para o colega que prometeu recolher-se em seu bom-dia para os amigos.
O meu bom-dia, como dizem por aqui, segue com um sincero desejo de que bons sejam todos os dias da semana.
Assim, nessa segunda-feira sem a cara de um domingo, mas com a minha cara sempre a mesma, desejo um bom dia (sem hífen) para todos com a cara de domingo.