# – amanheço em mim com a Rosa botando para tocar um Chico Buarque fanhoso e cantando uma de suas melhores composições. Bastidores. Uns dizem que ele fez especialmente para o “professor” Cauby Peixoto. Não tenho a certeza. Mas, se assim o fez, o fez muito bem.
# -Cauby foi um dos nossos últimos ídolos. Falei nosso, mas, se os amigos não gostarem, digo apenas meu, Assim como o Emílio Santiago, Sérgio Sampaio, Tom Jobim, Luiz Gonzaga…
# – Eu gosto da sua Bastidores. Melhor ainda quando essa é vivida pelo “professor Cauby Peixoto. “ Não me troquei/correndo ao nosso lar/Voltei para me certificar/Que tu nunca mais vais voltar/Vais voltar/Vais voltar, vais voltar”.
# – Parei na quadrinha aí. E sabem o porquê? Conto: nada de” nunca mais vais voltar”. Em breve, muito em breve, para a semana, sendo mais preciso, a Rosa e eu estaremos voltando para o nosso lar. Ela acertou na mosca. Ou melhor: na escolha da música.
# – acaba de chegar à sala, essa mesma que escrevi e vocês sabem que é fria, a doutora Eugênia Di Giuseppe Deininger. Pausa. Nada sei de alemão, mas arrisco dizer que a pronúncia deve ser “dáiningar”. (É assim mesmo, mestre Druzz ?)Outra pausa. Escrevi fria, mas vocês sabem que o coração está quente. E esquentando a todo vapor pelas pessoas que por aqui chegam e outras que estão por aqui, Sempre.
# – A doutora Eugenia é uma medica intensivista. Os que não sabem o que é ser espedializada nessa área, digo agora. Esses não sabem a importância da presença de uma profissional dessa numa UTI. Tão essencial e indispensável quanto um cirurgião. Mas, como falei, é a confiança que ela e toda equipe, anestesista e cirurgião, esse o doutor Maurilio Onofre, transmite ao paciente. Deixa o sujeito leve como um échappé (aquele belo passo de balé) e seguro como um nó de marinheiro na velha corda companheira.
# – Eu poderia continuar falando do romance do Fausto Wollf, Olympia, que por aqui, nesta sala fria, estou quase terminando. E, se isso ainda não fiz, terminei, é porque são muitas as novidades que se espalham por aqui a cada visita de amigo. E, como bem frisou o artistamigo Solha, Marx só não apareceu porque está se empanturrando de Schwarzbier com batata e salsicha no sindicato dos bancários, numa ceia que pintou em sua vida. Na vida de Marx não, mas na dele, de Solha.
# – fico por aqui esperando o coração se acalmar. Mais franco: o coração está calmo, batendo forte dentro do peito, abrindo caminho para novas histórias feitas de sangue e esperança. Sobretudo essa última, a esperança, a confiança. Muita.