1 – fim de ano. Novo? Tudo bem. Um ano novo com lembranças do velho. Boas lembranças? Tudo bem. O que levarei como exemplo do ano que passou? Não penso duas vezes: nada! O que passou, com esse S (leia-se “exceção”) das coisas boas que nele pesquei e vivi, nada. Coisas boas? Essas me acompanham até agora. Essa – atentem para o singular – me acompanha até agora. Um ano novo com velhas e tristes raposas brigando pela sua – delas – permanência no chiqueiro de pobres galinhas.
B – não sou de fazer promessas. Nunca fiz. E se alguma, por acaso, foi feita por mim, acreditem: esqueci. E, se esqueci, não paguei. Verdade. Não sou pagador de promessas. Isso fica para o Anselmo Duarte. Por isso, mesmo que tenha feito, o Senhor lá de cima há de me perdoar. Mas o melhor do ano passado, sem dúvidas, foram as nossas idas e vindas por ai. Viagens mil! Algumas de avião outras no pensamento. Ah, como é bom voar com as asas da imaginação! Voamos também!
E – o Rio de Janeiro continua lindo! Foi a primeira impressão que tivemos, mesmo antes de nele mergulhar. Abençoado pelo Cristo e bonito por natureza. Fazia tempo que nele não mergulhava. Rosa? Sete! Mas dessa fez fomos fundo. Tudo sem medo de nos afogarmos. Sintam o plural. Nunca estivemos tão bem acompanhados. E as visitas? Maravilhosas! Não poderia ser diferente: pessoas maravilhosas num maravilhoso Rio. Depois eu conto.
R – não sei como será esse ano que me parece um tanto cheio das mazelas do ano passado. E sabem de uma coisa? Não me interessa tanto o dia de amanhã! Nem saber desse ano que muitos manhãs ainda nos trará. Não discuto com o destino, o que pintar, como escreveu um dia o excelente Paulo Leminski, eu assino. Assim, que venha esse ano com os seus longos feriados e dias livres como este homem caminhando, sem pressa, entre Ipanema e Copacabana! Sei das profundezas de minhas águas.
T – sem promessas. Nunca! Mas tudo farei para ser o leitor que fui um dia. Dois ou três livros por semana e dois ou três bons filmes no calor da noite. Ou melhor: no meu quarto escuro e não frio que se possa comparar com a morte. O meu quarto é só vida! Vidas! E nesse quartquase todos os dias, no entregamos por inteiro.
O – Viagens! Belas! E por falar nelas,lembrei Fernando Sabino: “Os homens se dividem em duas espécies: “Os que têm medo de viajar de avião e os que fingem que não têm”. Acho engraçada a frase sabiniana. Apenas. Não temos medo de avião. Mesmo assim, lembrando aquele outro poeta – era mesmo! – cearense, sempre ou quase sempre viajamos de mãos dadas.
Continuamos viajando.
Até o próximo 1berto.