Se na feira de Caruaru tem tudo, na minha feira de Jaguaribe, essa hoje espalhada onde antes fora – sempre será – o campo da minha infância, Campo da Vila, Campo do Abc e outros nomes que nele queiram colocar, também tudo tem.
Nessa última quarta-feira meio a tudo que por ali se encontra, tive a alegria de encontrar o meu velho amigo de papos e crônicas e audições musicais Ricardo Anísio. Se foi bom? Foi ótimo timo!
Fazia um bom tempo que não tinha essa alegria. Ricardo Anísio é um crítico que muitos conhecem e por conhecê-lo confessam dele não gostar.
Tudo pela marca da polêmica e não raras vezes do radicalismo que carrega por onde vai e escreve. Afinal, Ricardo sabe como poucos a história da Música Popular Brasileira.
E, se não bastasse, critica sem medo e sem censuras tudo aquilo – nela, na música popular brasileira – que ama ou odeia. Assim mesmo: odeia ou ama. Não existe para Ricardo Anísio meio-termo .
Assim que o encontrei meio aquele verde frutífero, lembrei-me dos nossos velhos tempos da Flor da Parahyba, aquela que ficava ao lado dessa lagoa que por enquanto ainda se anda nela durante o dia, sem olhar para os lados, temendo um bote do mal inesperado.
Nesse Ponto de Encontro de poetas, seresteiros e namorados (correi!), jornalistas, escritores, bêbedos e equilibristas bebiam as tardes e seguiam noite adentro esperando os primeiros raios da manhã.
Ricardo Anísio é um dos nossos melhores pesquisadores e críticos a da nossa MPB, nenhuma dúvida. Foi colunista nessa área nos mais diferentes jornais da nossa Parahyba, especialmente de sua capital. Era um dos primeiros a trazer à tona as novidades musicais do verde-amarelo, e o primeiro a separar, sem medo de ser feliz e deixando muitos infelizes, o joio ruim do trigo bom da nossa Música Popular Brasileira.
O papo foi rápido como coceirinha de cachorro, rapidinha como uma dos coelhinhos da Páscoa. Mas que foi bom (re)encontrar esse sujeito que vive e respira música – poesia também – com a simplicidade e a vitalidade de quem caminha descalço pela beira-mar, nenhuma dúvida.
Tanto que acertamos – ficou mais ou menos acertado – de nos encontrar mais vezes para (re) lembrar algumas ótimas histórias vividas e espalhadas – por nós – em colunas de jornal.
É claro e mais que claro, claríssimo que isso irá em breve acontecer. Ouvirei a melhor música verde-amarela que somente ele guarda na memória e na sua discoteca (CDteca – horrível – também) de matar de inveja os desafinados, mesmo que esses tenham coração. Tudo sem contar os risos nesse papo que nada de “furado” tem.
Putabraço, grande Ricardo Anísio!