E RAIMUNDO SODRÉ SE DISSOLVEU NA MASSA…

O ano está na cabeça. Ainda.  Era 1980. A “Massa” era massa para muitos. Era. Raimundo Sodré desapareceu como surgiu. Todos cantavam ou dançavam a Massa. Muitos dançavam e cantavam.

 O meu pai, músico, clarinetista sem ser um virtuose nesse instrumento, um Paulo Moura, mas para mim melhor que este, pois, afinal, era o meu pai, solfejava-a baixinho para não despertar notas outras que dela – da Massa – não fizesse parte. 

 Depois da massa, assim como acontece com muitos, Sodré na massa se dissolveu. A popular. Tentou. Lançou ainda outros trabalhos. Mas tudo em vão. Debalde. O público não bebeu mais em sua nordestinidade arretada. Bebi ainda por um bom tempo. Bebo ainda hoje. Embora pouca. 

Chulas. Sambas de roda.  Sodré sabia fazer muito bem.  Sabe ainda. Acredito. Poucos sabem. Mas, por acreditar no que fazia, Sodré deixou de ser Médico. Abandonou a Faculdade de Medicina.  O destino? A pauliceia desvairada.

 Fez de tudo um pouco. Deu aulas de viola. Apresentou-se, assim como nosso Chico Cesar, esse que deu mais certo do que ele, em barzinhos. Até que a Massa, a sua, apareceu no Festival da Nova MPB da Rede Globo. Era 1980. O ano. Conquistou o terceiro lugar. Ele e Jorge Portugal.  O mesmo festival da genialmente irônica Nostradamus do Eduardo Dusek.

Por fim, venceu a “Agonia” do Oswaldo Montenegro. O segundo lugar ficou com a melosa “Foi Deus quem fez você”, do nosso Luiz Ramalho, hoje vestindo uma roupa diferente da nossa e morando noutra cidade.

Só lembrança. Acho que vale a pena

. Valeu?

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