Ainda não vi o Vandré depois de sua volta aos palcos. Ao palco da sala José Siqueira, aqui mesmo, em nosso Espaço Cultural. Vi alguns teipes (sic) via celular e televisão. Tudo bem, mesmo por aí, confesso que achei maravilhosa sua volta à cena.
Dessa vez não vi o Vandré que um dia vi bem de pertinho no Caldinho do Gil, aquele sujeito altivo, vestindo uma camisa branca, surrada, onde estava escrito “Das terras de Benvirá”.
Também não vi o Vandré daquele festival do distante ano de 1968. Mas tudo bem também. Não poderia ser diferente. Mudamos todos os dias. E um senhor de 83 anos muda mais rápido ainda. Ou não tem mais tempo para mudar.
Vi pela televisão. Repito. Vi pela minha “coleira eletrônica” – o celular. Vi e fiquei triste. Deu-me uma tristeza danada. Vocês nem imaginam o quanto visto triste por mim foi esse artista que perdeu o bonde da história e a esperança de não ser mais um exilado no próprio país.
Todos lembram o compositor de “música de protesto” (ele não gosta do titulo, emputece) e de sua mais famosa composição, “Pra não dizer que não falei das flores”. A lembrança tem sentido. A revista Rolling Stone do Brasil a colocou entre as 100 maiores músicas brasileiras de todos os tempos. Ficou em vigésimo oitavo lugar. Eu, porém e ai porém, só a colocaria nessa lista pela sua história. Apenas.
Mas como “a vida não se resume em festivais”, a Sabiá do Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, vencedora desse lembrado Festival da Canção de 1968, esses – os compositores – que “merecem todo o nosso respeito”, mereceu o respeito pedido pelo compositor popular. Nenhuma dúvida. Sabiá tinha – e tem ainda – mais qualidade “lítero-musical” (sic).
Hoje na sua segunda apresentação, acredito que estaremos presentes. A Rosa e eu. Também tenho a certeza de que considerando o fato de ninguém de perto ser normal, estarei mais triste ainda. No entanto, pela sua história, a sua importância em nossa história e na minha em particular, Vandré merece ser visto de perto e aplaudido.
Tentarei fazer isso. Embora triste. E muito.
BOM DIA,
Entendo a tristeza do escriba, o Vandré atual, versão século XXI, segundo eu entendi, não tá mais com aquele Caldo todo, do Caldinho do Gil. ( É, que tempo passou!) E talvez o fogo tenha secado de mais o Caldo.
E hoje, talvez ele seja, mais um caldo Knorr, do que um caldo de cana ou um caldo de canja saborosa de galinha caipira.
Mas, pelo respeito e pelo seu passado, Geraldo Vandré, deve ser sempre, ouvido assistido e aplaudido.
acabou o caldo! tens razão, poeta!