Não sou muito de programação. Serei mais direto: nem muito nem pouco. Sempre gostei mais das coisas que o destino – esse em que muitos acreditam – chuta a bola em minha direção e emendo de primeira, sem a preocupação de antes amacia-la para ter a certeza maior de que ela irá dormir na rede da esperança do povo brasileiro.
Assim também está sendo essa minha – outras virão, Deus, o meu, há de querer – estada no Rio de Janeiro. Eu disse “estada”, estadia é outra coisa.
Assim, mais que de repente, me veio à cabeça de visitar um pequeno e musical espaço desse Rio de Janeiro que, apesar da violência, continua mais lindo do que nunca.
Para onde irei hoje? Era uma pergunta que eu me fazia. Hoje, respondi, vou à Rua Duvivier, por ali, entre os números 21 e 37.
Dizendo assim, nem imaginaria que iria aportar no famoso e histórico… Beco das Garrafas, em Copacabana! Sabia mais ou menos como era. Mas, lá dentro, no salão de festa do peito, sentia aquela vontade de ver de perto e pisar no mesmo chão onde centenas de bons músicos que eu ouvia e continuo ouvindo, ali pisaram e tocaram.
Não pensei em assistir a um show, qualquer um, em nenhuma de suas duas casas. Era ali que, ainda ‘menino-jaguaribe, ouvia as notícias de lá. Beco das garrafas! Não achava tão significativo o nome. Um monte de garrafas vazias, e geniais artistas bêbedos. Era a imagem. .
Logo depois, logo mesmo, descobriria que a “culpa” nesse batismo estava com o excelente humorista e cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. Antes era “Beco faz Garrafadas”. Por que? Explico a seguir.
Isto, porque, segundo a história dos muitos que participaram e outros de “ouvir falar”, os naqueles tempos “pobres” músicos levavam “garrafadas” nas suas musicais cabeças, para “acabar com esse barulho aí!”. Mais tarde, sem as garrafadas, agora quase famosos, rebatizaram o beco – sem saída – de Beco das garrafas.
Olhei para o final do beco, esse sem saída, como falei no parágrafo anterior, e imaginei um punhado de filhinhos-de-papai se embriagando com os melhores uísques e experimentando as novidades “choppísticas” (sic) que por ali pintavam. Todos com os seus violões comprados por uma boa grana, maravilhosos instrumentos, ensaiando o movimento, uma mistura sentida do Jazz norte-americano com.o samba e o blues e o choro é outros que mais tarde seriam associados a esse instrumento, o violão. Um banquinho, a flor e o mar. Essas besteiras que fizeram da Bossa Nova uma “besteira” única e genial.
Tá bom. Depois, como diria o Jacinto de Thormes, eu conto.
Em tempo: escrever no celular é dose para rinoceronte.