Tudo se acaba. Tudo é passageiro. Não escapam nem o cobrador nem o motorista. Tudo passa. O pior é a gente passar com o tempo sem justificar a nossa passagem por aqui. Ele justifica. Justificará. Vocês sabem. Não acredito em outra vida. Não posso acreditar. Não sei como acreditar. Não quero morrer para viver eternamente. Mesmo sem morrer. A eternidade é um saco. São muitos que esperam o trem das sete. Uns vão na frente e outros depois. Alguns atrasados. Outros adiantados. Não existe hora marcada nem bilhete comprado à prestação. Esperando o trem. Mas nada de Pedro Pedreiro. Nem penseiro. Esperando o Trem das Sete.