Nesse dia não olhei direito se eram burros ou bestas. Mas nenhuma diferença. Os burros sempre são bestas, e os bestas sempre chamados de burros. Olhei assim de repente como se não quisesse olhar. E não queria.
O lixo em que transformaram esse espaço que o meu velho pai tanto frequentava, agora virava um espaço para burros ou bestas. Um lixo! E eu que gostava tanto de ficar assuntando ali com os amigos que eu gostava muito de assuntar? E o meu velho pai?
Era ali, num daqueles bancos ainda limpos e pedindo que alguém sentasse nele, que ele, sem pressa para ver a banda passar, passava horas a brincar de pega com o tempo que passava. Era fácil encontrá-lo. Bom, se ele não estiver passeando pelo Ponto de Cem Réis – isso mesmo: passeando -, com certeza estará no Pavilhão do Chá ou na Praça João pessoa, que ele, fiel a sua história, costumava chamar de “Passeio público”.
A visão desses burros – não mais falarei em “bestas” – no “Gramado do Pavilhão”, tranquilos como os presos da Operação Lava Jato, pois sabem que no final todos passarão e eles passarinhos, livres, leves e soltos, era – não sei agora – tão natural quanto o Marcola tomando banho de sol em dos “seus” presídios.
Mas pela lembrança que esse espaço ainda hoje guarda do velho e inesquecível Compadre Heráclito, achava que era um total desrespeito a “coisa pública e, principalmente, àqueles que acreditavam ser esse passeio – por aqui também – realmente publico. Uma pena.
Ainda hoje quando por ali eu passo, confesso que sinto a falta dos burros. Mas infelizmente esses estão ocupados, executando suas tarefas administravas – muitos em casa -, ocupando cargos indicados pelos seus padrinhos também burros.
BOM DIA,
No pavilhão do chá, não há nada novo para se achar por lá!
Antes foi um ponto chique, hoje dá chilique, só de olhar!
imagine frequentar!