EXTRA! EXTRA! EXTRA! ENTREVISTA FRESQUINHA, FRESQUINHA COM GERALDO VANDRÉ!

EXTRA! EXTRA! EXTRA! ENTREVISTA FRESQUINHA, FRESQUINHA COM GERALDO VANDRÉ!

Depois da volta ao palco (até o momento foi somente um), agora Vandré é a bola da vez. Pausa. Nem sei se Vandré gosta de futebol.  Solto a tecla de pausa. Mas é isso mesmo: todo mundo que falar sobre e entrevistar Vandré. Não é fácil. Acreditem. Vandré é um homem de palavra. Uma palavra. Única.

Nunca se viu um artista tão monossilábico neste mundo de muitas palavras e pouco silêncio.  Isso os entrevistadores sabem. É muito difícil tirar algo que mereça um destaque de entrevistados assim. Quando não é oito é oitenta. Pausa.  Ou oitocentos e o oitenta e oito.

Era o caso do chato Jô Soares que na condição de entrevistador – também do morto mas ainda insepulto Faustão – falava mais que os entrevistados. Pior: são polissilábicos. Confesso que tentei de tudo para que Vandré desse uma resposta numa frase completa e com sentido.   Algumas respostas, vocês perceberão, vão depender do “grau” de conhecimento que se tem a respeito do artista. Tentei, confesso, tentei.  Mas vamos ver como saiu.

Eu Plural – Vandré, como está se sentindo depois de sua volta ao palco?

Geraldo VandréE quem disse que eu voltei?!

EP – Mas isso não foi uma volta?!

GV- Eu voltei pra onde?!

EP – Deixa pra lá… Nessa volta achas que te perdeste ?!

GV – Um momento… Tô voltando!

EP – Ah, bom! Disseste que eras a “Puta mais cara do Brasil”!  E quanto cobras por uma?!

GV – Vai depender… Se o governador for amigo,  eu dou de graça!

EP – Agora eu que não entendi…

GV – Não tem problema. Não estou para explicar, mas confundir!

EP – Chacrinha?!

GV – Não! Geraldo!

EP – Quem é nessa hora o artista parahybano que mais admiras?!

GV – Geraldo…

EP – Geraldo… Qual Geraldo?!

GV – Ora bolas! O Vandré!

EP – Tá aqui: perguntaram-te outro dia o que achavas de Chico Cesar e respondeste com outra pergunta: “Quem é Chico César”? Ainda darias a mesma resposta?!

GV – Quem é Chico César?!

EP: Porque mandaste tirar a faixa que “gritava” contra o assassinato de Marielle?

GV -Marighella ?!

EP: Não. Marielle!

GV: Não conheço!

EP: Conheces só Marighella…

GV – Também não.

EP – “Nós somos porque Marielle é”. Tu és também ?

GV – Não. Sou Geraldo Vandré…

EP – Tudo bem. Deixa pra lá. E Sabiá versus Pra não dizer que não falei das flores?

GV – O que tem a ver uma coisa com a outra?!

EP – Ambas participaram do mesmo festival…

GV – Festival… Festival… Festival de quê mesmo?!

EP –… Música Popular Brasileira.

GV – Ah, foi, foi, foi… Como foi mesmo?!

EP – Dizem que Sabiá venceu porque a tua “Caminhando” não podia seguir em frente. Proibiram. É verdade?!

GV – Não! Nunca fui torturado e nunca proibiram nada meu. Saí escondido do Brasil de livre e espontânea vontade!

EP – Só uma coisa mais : Sabiá não é mais música e letra do que “Pra não dizer que não falei de flores”?

GV – Como é sabiá?!

EP – Vou voltar / Sei que ainda vou voltar / Para o meu lugar…

GV – E pra não dizer que falei das Flores ?

EP – Estou falando sério, Vandré…

GV – É… Só digo uma coisa: “Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda merecem o nosso respeito. A nossa função é fazer canções. A função de julgar, neste instante, é do júri que ali está.”.

EP: Isso é velho. Estás te repetindo…

GV – Não gosto de me repetir… Não gosto de me repetir

EP – Sabiá é melhor composição. E a Banda e Disparada?!

GV – Não venha me dizer que a Banda é melhor…

EP: Mas foi a vencedora.

GV – Quem foi que disse?! Houve um empate!

EP – Porque Chico quis…

GV – Chico?! Qual Chico?! Chico Xavier?!

EP- Não dava mais para continuar a entrevista. As coisas, sem esse S, ficaram fora da ordem.  E quanto a ordem Vandré hoje só entende de “Ordem Unida”. Uma pena.

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2 comentários

  1. Passaria a noite toda lendo essa entrevista. Infelizmente durou pouco. Realmente é difícil entrevistar Vandré. Só a criatividade de Humberto é capaz de nos presentear com essas pérolas.

    J.M.Victor

    • Humberto

      grande J.M.Vitor! agradecido pela leitura, acrescento ser uma honra ter um leitor de tua estirpe! um leitor clássico e sonetista e teatrólogo dos bons! putabraço!

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