Humberto doido

Humberto doido

Ele não foi o heroi da minha infância. Não tenho heroi. Não preciso de herói. Nunca precisei. Ele foi o meu medo! O medo dos meninos da minha rua.

Diziam que era louco. Bela e santa loucura! Nunca consegui alcançar o seu nível de “loucura”. Uma beleza ouvi-lo. Ele contava para quem quisesse ouvir que o seu melhor amigo morava na lua,Jorge, o santo. E era ele, o meu xará, quem alimentava o seu – dele, do “santo guerreiro” – cavalo!

O encontrei por acaso. Mas nunca achei, como me disseram um dia, que trocara de roupa e se mudara para outra cidade. Não! Ele morará por aqui até último dia dos meninos-jaguaribe!

Foi ele quem derrubou a porta da casinha de palha da Rua Senhor dos Passos na vã tentativa de tirar Gera da forca, o filho da preta Irene, que de tão boa nem precisou bater na porta para entrar no céu!

Pausa. Carnaval em casa. Dentro de mim desfilam lembranças nada carnavalescas. Mas o quê fazer? Chamar a polícia ou ladrão? Chico Buarque ou Fernando Teixeira? Putabraço! (humbertodealmeida.com.br).

Compartilhar...Share on FacebookTweet about this on Twitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Required fields are marked *

*


4 + = onze

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>