Ele não foi o heroi da minha infância. Não tenho heroi. Não preciso de herói. Nunca precisei. Ele foi o meu medo! O medo dos meninos da minha rua.
Diziam que era louco. Bela e santa loucura! Nunca consegui alcançar o seu nível de “loucura”. Uma beleza ouvi-lo. Ele contava para quem quisesse ouvir que o seu melhor amigo morava na lua,Jorge, o santo. E era ele, o meu xará, quem alimentava o seu – dele, do “santo guerreiro” – cavalo!
O encontrei por acaso. Mas nunca achei, como me disseram um dia, que trocara de roupa e se mudara para outra cidade. Não! Ele morará por aqui até último dia dos meninos-jaguaribe!
Foi ele quem derrubou a porta da casinha de palha da Rua Senhor dos Passos na vã tentativa de tirar Gera da forca, o filho da preta Irene, que de tão boa nem precisou bater na porta para entrar no céu!
Pausa. Carnaval em casa. Dentro de mim desfilam lembranças nada carnavalescas. Mas o quê fazer? Chamar a polícia ou ladrão? Chico Buarque ou Fernando Teixeira? Putabraço! (humbertodealmeida.com.br).