“Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam, Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais.”
Tudo acontecendo nessa manhã. E ele nem aí? Não. Aqui na praça, no Ponto, um ponto que hoje não vale mais que cem réis, dando milho aos pombos. Estou reticente? Um vírgula!
Penso. Reflito. Não sei se existo ou desisto. Insisto: desistir nunca. Tenho refletido muito nesses últimos dias. E o incrível é que essa reflexão não está sendo diante do espelho do meu banheiro. O comum.
Aqui na praça não alimento os pombos. Ele, o menino, sim. Os paulistas costumam chamar essas aves de “ratos de asas”. Não os vejo assim. Esses me lembram sempre o poema de Raimundo correia. O parnasianista. O parnasiano? Tudo bem.
As palavras e o modo de dizê-las pouco o quase nada me interessam. Não é que perdi o tesão por eles. Elas em especial. Não. A intenção continua sendo mais importante. Sempre foi.
Aos pombais as pombas voltam. Sempre. Os sonhos? Nunca. Voam e vão morar em pombais outros. E esses ficaram no passado. Os meus não. Todo sonho realizado deixa de ser um sonho. Os não realizados também.
O menino na praça continua dando milho aos pombos. Tudo lembra este MB alimentando os seus sonhos de menino-jaguaribe. Pombos feitos de sonhos. Atirando milhos de esperança para esses pombos irreais.
Sábado no ponto.
Final.