Não sei por que vou mexer nessas coisas de lembranças. Fotos. Essas que marcam a vida da gente como tatuagem. Não vamos para nenhum lugar sem levá-las em nosso corpo. Mas tudo isso depois que a gente insiste em nessas lembranças mexer. Foi o meu caso.
Entrei nesse espaço internético procurando o que não perdi e acabei encontrando-me perdido numa dessas lembranças que o tempo ainda não apagou. Tudo ai registrado para nenhum olhar lançar dúvidas.
Tempos bons, hein?
Sei que a expressão poderá vir muito bem a calhar. Mas não sou um saudosista. Não sou o tipo de ficar dizendo “eu era feliz e não sabia”. Confesso também que nunca vi fraseszinha tão idiota e ingênua. Ser feliz e não saber que o seu estado é de felicidade não vale a pena nem como lembrança.
No meu caso não tem essa de “era feliz”. Felicidade é momento. Nada mais que isso. Sem polemizar. Sem atirar palavras que não voltam. Não tem eco.
Lauro dos Santos Almeida.
Pessoas como Lauro não passam sem deixar suas marcas. Sem mostrar o motivo de sua vinda para esta cidade que um dia todos nós teremos que deixar. Lauro veio e respondeu presente sem que o seu nome fosse preciso ser chamado. Aprendeu e ensinou, e ensinou para aprender.
Passados poucos meses de sua troca de roupa e mudança para outra cidade, a sua presença continua mais viva do que nunca. Se dói? Nem um pouco. Ele não poderia nem tinha como continuar por aqui. Venceu o contrato. Teve que devolver a casa do corpo que ocupava. Deixá-lo por aqui como uma casca velha de uma árvore que deu muitos e belos frutos.
Saudades? Não. Lembranças. Muitas. Apenas.