Leio e ouço e vivo os poemas de Leminski.
Faz tempo.
Muito.
Alguns poetas são assim: nunca me canso de ler e ouvir.
Por aqui temos poetas assim.
Ouvir? Sérgio de Castro Pinto.
Ler? Também Sérgio.
Tem outros.
Eu gosto de Políbio Alves. Assumpção e Linaldo.
Águia Mendes.
Também gosto de Vanildo e Jomar.
Marcos Tavares.
Como esquecer Augusto dos Anjos?
Leminski faz tempo.
Assim como o Augusto
Leminski é corte profundo e rápido no poema.
Samurai do verso afiado.
Vai fundo.
Em poucas palavras é capaz de sintetizar toda uma Delta Larousse.
Não sou poeta.
Nunca fui.
Nem poeta pretendo ser.
Mas se poeta eu fosse também seria assim: corte rápido no poema.
Poesia que não te faz pensar.
Poesia.
Vivê-la. Apenas.
A poesia é necessária.
Sem poesia não existiriam esses poetas que gosto.
Nem eu.
Acredito.
Nem eu acredito que um mundo sem poesia seria capaz de resistir a tantas provocações.
Amanheci com Leminski.
Amanheci com poesia.
Sem desobedecer ao destino.
Não discuto com ele.
Nem o Leminski.
Se pintar.
Paulo escrevendo eu assino!