Aproveitando a quarentena para reler – faço isso sempre – os meus livros preferidos. Esses foram muitos em meus tempos de menino-jaguaribe. Velhos tempos, belos dias! Nada, porém, dessa besteira do “eu era feliz e sabia ou não sabia”. Ambas as condições – ou pensamento, escolham- não me dizem nada. A figura tem a cara feia e está fora da moldura.
Pois é, comigo é assim. Tem dias que a poesia me pega pelo braço. Mas não são raros aqueles que em que ela opta pelo coração. E haja nuvens poéticas na cabeça desse nefelibata (gargalhando)! Outros, porém, esses tão presentes, leva-me às crônicas do mestre Rubem Braga, Carlinhos de Oliveira e Paulo Mendes Campos.
Agora, passado o primeiro respirar, um dos meus dois leitores pode perguntar, se além desses, tem mais. E muitos, respondo-lhe, por aqui, falo nesta Parahyba de que tanto gosto, existem muito bons cronistas. Poetas e cronistas. Hoje, porém, voltando aos meus tempos-jaguaribe, como viram no comecinho, volto à “Minha Formação”, no caso, a dele, de Joaquim Nabuco.
A “Formação” do Joaquim Aurélio Barreto de Araújo é um livro de memorias arretado de bom. Nele, como todos os que leram sabem, livre, leve e solto, escrevendo muito bem, bem mesmo, Joaquim nos conta ótimas histórias sobre a sua vida diplomática – foi embaixador do Brasil no Estados Unidos – política e intelectual. É um livro (acreditem!) do ano de 1900, dois anos antes do nascimento do meu saudoso Compadre Heráclito, esse exemplo de pai e amigo dos filhos.
Posso confessar? Obrigado.
Estou com uma vontade danada de falar mais sobre a famosa obra desse bom e escritor e crítico literário muito bom que assim, como muitos conhecidos, pensava também que era poeta. Ó Ledo Ivo, engano! Mas ainda bem que em tempo descobriu que “o que me enganava nos meus versos, parecendo-me sonoro e elevado, não pertencia à poesia, pertencia à eloquência”. E como estava certo o Joaquim! Não era poeta.
Mas, com a permissão desse leitor que me acompanha, o único que suporta ler as minhas mal-traçadas sem pensar em sacar o revólver, sem fazer o que dissera o infelizmente muito lembrado neste Governo, Joseph Goebbels (outros atribuem-na a Hermann Goering e outros ainda Hanns Jost), o Ministro da Propaganda de Hitler, “quando ouço falar em cultura, sinto vontade de sacar a minha arma”, vou ficando por aqui, nessa “formação naboconiana”. Ficar lembrando a formação do menino-jaguaribe, nos tempos em que Cornona e Quarentena ainda não existiam no seu dicionário.
Volto daqui a pouco.