A “LIBERDADE” NA FEIRA LIVRE!
PAULO AUTRAN E TEREZA RACHEL

A “LIBERDADE” NA FEIRA LIVRE!

Domingo, como quase sempre faço,fui à feira livre de Oitizeiro,  localizada no Conjunto Cidade dos Funcionários, para “não” comprar os produtos típicos de uma feira livre. Pasmem! Pasmar por quê? Explico.

Os amigos mais próximos e também dessa frequentadores sabem que sempre vou ali, nessa feira livre de livros e outras obras de arte, embora aproveitando para adquirir coisas típicas de uma feira livre, para comprar… Livros!

Confesso: sou um viciado nesses “produtos”!

Dessa vez e essa de pura sorte, entre os muitos livros que comprei, estão – pasmem outra vez – João Batista B. de Brito, Lau Siqueira, Elpídio Navarro, Marcos Tavares, Fernando Teixeira, Carmélio Reynaldo, Irani Medeiros, José Rafael de Menezes e outros paraibanos e não parahybanos. A surpresa? Dedsa vez, entre esses, uma relíquia:  uma edição de 1996, lançamento da editora Civilização Brasileira, da excelente peça de Flávio Rangel e Milllôr Fernandes, “Liberdade, Liberdade”!

Lembro-me bem que no dia da estreia dessa peça que marcou um golaço em nossa história e  a do teatro brasileiro, 21 de abril de 1965, esse eu sei de cor e sem precisar do salteado,  no Rio de Janeiro, este escriba tinha saído há pouco tempo dos cueiros. Era um menino-Jaguaribe de pés descalços e braços nus!

Tem mais: não demoraria muito para essa  “Liberdade, liberdade” ser proibida pela censura que castrava a cultura e o povo – literalmente – brasileiro.

Lembro-me também da primeira leitura que fiz dessa peça. Mas, menino ainda, menino-Jaguaribe, não tinha lastro intelectual para entender a bela mensagem de seus autores.

A peça tem como partida ótimos textos históricos. No entanto,  para que ninguém pudesse “levá-la” a sério demais, somente protestos, pois esses o momento pedia e a peça tinha muitos, Milllôr, principalmente ele, a suavizou com muito humor,  e ambos, Flávio e ele, não esqueçam,  com boa música..

A memória ainda mais avivada pela (re) leitura da relíquia que acabei de comprar numa Feira Livre , um lugar em que os livros poucos ou nenhuma importância têm, pois em lugares assim a fome do povo não tem nada de cultura,  lembro que  a peça dirigida por Flávio Rangel tinha no elenco os “jovens” Paulo Autran, Nara Leão, Edvaldo Viana Filho e Tereza Raquel. Conto mais? Conto.

Pois foi. A peça entrou para a história do teatro brasileiro e dele nunca mais saiu nem sairá. Mas, se vocês me permitirem, meio século depois, lendo com o prazer da primeira vez ou da segunda, essa com mais prazer ainda, pois sentia e vivia o que era lido, as introduções escritas por Milllôr Fernandes, Flávio Rangel e Paulo Autran, principalmente esse, comoveram este Malabarista de Palavras. Mas comoveu tanto este sujeito que se comove com qualquer besteira, ressaltando não ser essa besteira nenhuma, que resolvi dividir com vocês.

Amanhã voltarei à feira mais livre e cheio de liberdade.

 

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