O ATOR E  CARNAVALESCO LIVARDO ALVES EM SUA ÚLTIMA ENTREVISTA
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O ATOR E CARNAVALESCO LIVARDO ALVES EM SUA ÚLTIMA ENTREVISTA

Livardo Alves compôs muitas músicas, fez teatro, rádio e jornal (faltou cinema para fechar o firo!). Em todos se saiu bem. Embora na música, isto todos podem comprovar, tenha se saído muito melhor. Mas fazia arte e fazia bem. Um verdadeiro artista e um artista verdadeiro. A escolha é livre. Vamos, então, acompanhar a trajetória – bela trajetória! – do filho do bairro de Jaguaribe, de Cacheado e Dona Júlia.

# Falas aí sobre a tua experiência no teatro.

- Ah, pode apostar: foi uma grande experiência! Na verdade uma universidade. Fui levado ao teatro por pessoas muito boas. Em especial pelo grande Altimar Pimentel. O teatro foi muito bom para mim. Antes eu tinha uma imagem muito diferente do que era realmente “fazer teatro”. Não era nem o caso de viadagem. Porque na realidade, naquele tempo, eram muito poucos. O fato é que eu achava o teatro uma coisa meio morna, meio morta, mas quando entrei para o teatro vi que estava totalmente errado. Foi então que vi que era uma coisa maravilhosa! Tanto que rapidamente resolvi fazer um curso de interpretação. E fiz bem feito. Aqui e no Rio de Janeiro. No entanto nunca usei o conhecimento que adquiri nesse tempo para dirigir alguma coisa. Nunca dirigi porra nenhuma! Mas sabe por que mesmo? (perguntou e, sem dar qualquer chance para uma resposta, respondeu): porque temos tão bons diretores que só me resta assistir aos seus espetáculos e aplaudir! Ora, o que dizer de um Fernando Teixeira? Ótimo! Ednaldo do Egypto, Cristovam Tadeu, Ubiratan de Assis… São muitos! E afinal a minha área mesmo é a música!

# E as peças em que trabalhaste?

- Trabalhei como ator e cantor no “Auto da Cobiça”. Tenho boas lembranças dos companheiros da época. Tínhamos o Pereira do Nascimento, Anco Márcio, Lucy Camelo, Petronila, Agápio Vieira… Em tudo isso há uma coisa curiosa: a montagem do “Auto da Cobiça” se deu graças a amizade que o Altimar tinha com um reitor lá do Rio de Janeiro! O fato é que tínhamos acabado de terminar o curso e não aparecia nada para fazer! Foi aí que o Altimar escreveu a peça e, como convidados, fomos para o Rio de Janeiro. E lá, no Rio, não imaginas onde ficamos hospedados: na sede do Botafogo! Isto mesmo: passamos mais de um mês hospedados na sede do Botafogo! Tudo pago pela universidade de lá! De lá saímos por aí e terminamos no teatro Guairá, em Curitiba. Um dos mais belos teatros que pisei em minha vida!

# Mas participaste também de programas de televisão.

- Foi. No Rio eu cantei uma música na televisão representando a Paraíba. Era uma música carnavalesca que fiz em parceria com Gilvan de Brito. Foi muito tocada por aí. Se chama “Água na Bica”. É assim (canta): “Tá caindo água na bica/tá caindo água na bica/Me larga que eu vou me molhar/tá caindo água na bica/tá caindo água na bica/banho de bica eu quero tomar/banho de bica é coisa diferente/enche de prazer a gente/por isso amor não perca tempo/venha tomar um bom banho de bica…

# E a tua pareceria com o Vital Farias?

- Essa foi muito gratificante. E por incrível que possa parecer, nós temos músicas inéditas! Em nossas parcerias muita gente pergunta de quem é a letra e a música. O nosso trabalho é em grupo. Eu sempre respondo que não sei. A gente faz tudo junto. Letra e música. Não existe o esse faz a letra e aquele faz a música não. “Sobressalto, Ê, Mãe, Forrofunfá…”.

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3 comentários

  1. LIVARDO ALVES, ERA UM FENÔMENO MUSICAL !

  2. LIVARDO ALVES, ERA UM GRANDE HOMEM !

  3. Um dos grandes artistas que maravilhou a Paraíba com o seu talento, sim guardo boas lembranças desse meu amigo poeta, musico, ator e muito mais, uma pessoa generosa, com certeza contribuiu para o mundo melhor!

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