Ó como a Quarentena tem me feito bem! (sétimo dia)

Ó como a Quarentena tem me feito bem! (sétimo dia)

Semana passada, no velho jornal A União, saudoso jornal onde por uns quatro anos, por aí, colunei – isso quer dizer “escrevi uma coluna” – sobre a vida lupie outras coisas fora dela, o amigo e parceiro de letras e ideias, o imortal Hildeberto Barbos Filho, dedicou a este MB a sua coluna, ótima coluna, em que se espalha todo poeta – grande poeta – sobre a poesia existente nas letras de música do nosso cancioneiro popular.

 Desculpem-me. Somente agora, por força da Quarentena, talvez, escrevi num estilo que não é o meu. Não tenho estilo, mas não gosto de longos parágrafos, Assim como textos (crônicas em especial) com frases longas. Não gosto. Sou direto como um chute do infalível Bruce Lee nos seus melhores dias. Mas escapou. E daí?  No ritmo desses dedos malabaristas, acabei entrando na dança e dançando até que pedissem para que eu parasse. Parei. Volto ao velho estilo do sem estilo.  

A crônica do amigo Hildeberto foi de uma beleza ímpar.  Foi ótimo ler as impressões poéticas desse nosso critico-mor. A sua visão crítica sobre a poesia que se espalha em nossa MPB. Os seus belos versos, que são na verdade verdadeiros poemas em síntese. Versos que muitos poetas gostariam de escrever.

A propósito, Manuel Bandeira, esse belo poeta pernambucano, ficou um dia tão maravilhosa ao ouvir a Chão de Estrelas (1937), do Silvo Caldas e Orestes Barbosa, que escreveu uma crônica, essa publicada no distante ano de 1956, em que terminava dessa forma: Se se fizesse aqui um concurso (…) para apurar qual o verso mais bonito de nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes: ‘tu pisavas os astros distraída…”.

Repito: esse aí foi o MANUEL BANDEIRA!

Aqui, no meu retiro, mexendo aqui, ali e acolá, me deparei com uma velha entrevista do bom Lupicínio Rodrigues, o Som do Pasquim, esse o livro em que pesquei a referida, onde esse baixinho arretado, Lupicínio Rodrigues, o inventor da dor-de-cotovelo, fala de sua poesia. Melhor. Dos versos poéticos de uma de suas canções. São muitos. Mas, assim, mais que de repente, ele lembra desse ótimo verso seu: “Ela nasceu com o destino da lua, pra tidos que andam na rua/não vai viver só pra mim”!

Arretado!

Daqui a pouco volto para contar mais um pouco desse baixinho conquistador e bom de versos. A quarentena tá me fazendo um bem danado! Não saio de casa nem se for para tomar banho no meu Rio Jaguaribe!

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