Fazia um bom tempo que não lia o nosso Correio das Artes com tanta vontade e – por que não? – prazer em saborear o que estava lendo. Melhor: estou. Um ano de centenários. Rapidamente, passeando – essa falta de tempo do tempo me tira. – pelas bem editadas páginas deste Correio, me deparo com uma leitura de primeiro time. Pausa. Time não, uma seleção, essa que foi escalada para escrever – e muito bem – sobre o centenário de João Cabral de Melo Neto.
Todo o Correio, pelo menos esse que agora tenho em mãos, é arte. Artes? Tudo bem: artes. Tem Sérgio de Castro Pinto, Linaldo Guedes, Hildeberto Barbosa Filho, Rinaldo Fernandes e outros. Todos nos proporcionado uma leitura que nos deixa a certeza de ainda existir salvação desses fins de semana sem graça e perspectiva de um sorriso com uma boa leitura.
Sobre João Cabral de Melo Neto , a bola da vez, sua – dele – economia de palavras, na literatura, neste pensamento livre e solto deste simples MB, somente se compara a do meu escritor nordestino preferido, o Graciliano Ramos, esse que sem dúvidas é o melhor entre os muitos desse Nordeste celeiro de ótimos poetas e escritores.
Mas deixo o “mérito” para os nosso bons críticos e poetas e escritores que desfilam nesse Correio das Artes. Dessa vez ele nos traz (o Correio) excelentes notícias a respeito desse pernambucano que nos faz um bem danado com a sua poesia. Um bálsamo para a nossa ferida poética que sangra (sic).
Esse primeiro “número centenário” do Correio das Artes vale realmente cem. Essa é a nota. Finalmente – tudo sentido na primeira leitura – os colegas, com algumas exceções, parecem que resolveram escrever para um grupo maior que esse atual de dez ou quinze leitores, onde respondo presente desde um passado distante. É assim mesmo estas plagas. E, por favor, não me venham com desculpas. Dez ou quinze.
Na oportunidade anunciam que o próximo a ser homenageado pelo Correio será uma, Elizeth Cardoso, a Divina. Fiquei na expectativa, pois acredito que não terei muito o que aprender sobre a Divina, essa minha intérprete preferida. Espero ler com o mesmo prazer com que vi a aniversariante da Mamãe de Carlos Saura, em 1979, quando a sua – dele, dele – fez Cem anos.