O leitor perguntou: Afinal por que os gatos ronronam?

O leitor perguntou: Afinal por que os gatos ronronam?

É provavelmente o sinal mais reconhecível de satisfação animal – um som áspero que os gatos emitem quando são acarinhados, mas os cientistas garantem que o caraterístico som tem muito mais do que lhe diga.

 

A questão do porquê que os gatos ronronam e até a forma como fazem já foram amplamente discutidas. Alguns cientistas achavam que esse som estava ligado ao fluxo de sangue para a veia cava inferior, uma veia que carrega sangue desoxigenado para o lado direito do coração.

Porém, e de acordo com a BBC News, várias pesquisas apontaram que era mais provável que o barulho tivesse origem de facto nos músculos localizados na laringe do gato. Conforme estes se movem, dilatam e contraem a glote – a parte da laringe que cerca as cordas vocais – e, assim, o ar vibra cada vez que o gato respira. O que por sua vez resulta num ronrom.

Apesar da ciência ter a certeza de que aquele se trata do processo de produção do som, ainda não há uma resposta certa sobre o que aciona essa resposta. A maior pista é um oscilador neural situado nas profundezas do cérebro felino, algo que parece não ter propósito algum além desse.

Mas se esse oscilador neural é acionado, é apenas quando um gato está feliz?

Bem, nem sempre.

Sinal de atenção e cuidado

Os gatos começam a ronronar quando têm alguns dias de idade, o que ajuda as suas mães a localizá-los para os alimentar. Isso pode continuar em alguns gatos adultos que ronronam ao comer – ou que ronronam antes de comer como uma tentativa de convencer os humanos a alimentá-los.

Outros felinos ronronam alto quando estão a explorar novos ambientes com cautela. Os gatos podem ainda ronronar depois de um sobressalto ou após experienciarem um episódio stressante.

Quanto mais os cientistas se debruçam sobre o ronronar, mais informações encobertas aparecem. “Investigadores gravaram ‘ronrons comuns’ e ‘ronrons’ que eram solicitações de comida para os donos. Até mesmo alguém quem não tem gatos consegue perceber a diferença. Dentro de um ronronar comum e baixo havia um choro de maior frequência, como um miado”, diz à BBC Celia Haddon, escritora e especialista em comportamento felino.

“Esse som específico parece mais o choro de isolamento de gatinhos ou do choro de bebés em desespero. Nós, humanos, somos naturalmente sensíveis ao choro dos bebés, então, respondemos também ao ‘choro’ do ronronar”, acrescenta.

Uma outra hipótese é a de que o ronronar é uma ação poderosa de cura. Acredita-se que as vibrações da atividade sejam fisicamente rejuvenescedoras – uma maneira de o gato ‘se curar’ após passar por um momento de ansiedade.

Acredita-se também que frequência dessas vibrações – com um alcance entre 20Hz e 150HZ – pode promover o crescimento dos ossos conforme eles enrijecem em resposta à pressão. Outras frequências podem fazer coisas similares aos tecidos.

E o ronronar pode ser um benefício não só para os gatos. O ato de fazer festas num gato é visto como uma forma de alívio de stress para os humanos. Várias pesquisas apontam que ter um gato pode reduzir o risco de enfarto ou de doenças cardíacas em até um terço.

“Além dos benefícios fisiológicos, sempre respondemos aos efeitos psicológicos do ronronar. Acalma-nos e agrada-nos, como assistir às ondas do mar na praia. Respondemos ao ronronar de um gato como um estímulo calmante”, sublinha Haddon.

 

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