Dia de feira. Quarta-feira. Sem escrever que o “inesperado fez uma surpresa”, pois a frase está mais velha e repetida que os discursos de Lula e Dilma, juntos, encontro o velho companheiro de peladas e poesia: Valdir. Ele me cobra: “o Eu Plural está devagar como nunca esteve! ”. Fico a divagar. Leio todo o dia, disse ainda. Não há mais divagação. Há divaga e ação. Valdir, por mais que alguns não queiram e outros não saibam, é mais poeta que muitos poetas que eu conheço e querem ser poetas, e outros sabem. Tudo bem, amigo, vou acelerar o nosso Eu Plural. Antes, porém, para que os nunca leram um poema no prato ou fora do prato dele, isto é, do Valdir, segue esse prato poético.
MUDANÇA
De tantos nadas
Eu fiquei cheio
De tudo,
Perdi a fala, fiquei
Sabiamente mudo
Não escutei mais ninguém
Sabiamente surdo