O Rei Está Vivo? Então viva o Rei!

 

Humberto de Almeida – em 18/04/2008 – no Romance da Cidade de Anco Márcio.

 

DIA DESSES, mas especificamente no dia 19 de abril, foi o aniversário de 80 anos do “rei” Roberto Carlos Braga, o filho do desconhecido Robertino e muito conhecida Laura Moreira.

 Nesse dia ou antes, como é o meu caso, muita gente falou, ouviu e escreveu sobre o aniversariante. Afinal de contas não é todo o dia que um “rei” aniversaria.

 Se eu disser que não gosto de muitas – não somente cinco ou seis, como um colega forçando a barra escreveu outro dia – composições do compositor de Detalhes, essa sem dúvida uma das mais bonitas da nossa MPB, estarei mentido. Também se eu disser ainda que Como é Grande o Meu Amor Por Você, por mais que não se esteja em constante “estado de paixão”, nunca deixará de soar em nossos ouvidos como uma das mais belas canções de amor, mentindo estarei também.

 Lembro de algumas músicas consideradas “pequenas “ do Roberto Carlos, que depois de inúmeras vezes cantadas e sentidas pelos corações apaixonados da minha juventude tornaram-se “enormes”. É claro que a antológica Quero Que Vá Tudo Pro Interno, sua marca registrada, não pode ser considerada uma “música pequena”.

 Mas o que dizer de Proposta e Cavalgada, com letras cheias de metáforas e duplos sentidos em melodias belíssimas, mostrando sutilmente uma relação a dois?  

 Nesta altura do campeonato, sei que um dos meus dois leitores deve estar dizendo baixinho que “esse cara é fã e quer esconder”. Disse e repito:   um fã daquele de ouvir Vista a Roupa Meu Bem é achar um clássico não sou. Agora negar que para este escriba Roberto Carlos é um dos nossos maiores compositores, um dos últimos ídolos e um cantor/intérprete espetacular, se era meio-burro para entender certas coisas estaria sendo burro-e-meio.

 E olhem que estou falando do Roberto Versus Erasmo, das composições deles. E quem um dia, o tesão subindo para cabeça, não prometeu um Café da Manhã a companheira de solidão? Putisgrila!, como diria o Henfil que um dia “enterrou” o filho de Dona Laura, como esquecer de O Portão que o meu irmão cantava e fechava como se sua fosse a sua My Way, e eu sorria com o cachorro que “sorriu latindo”?

 Têm músicas realmente que nos marcam. Música é momento. Todos sabem e sentem. Mas para este escriba, viciado nessas coisas, onde e quando tocar Fera Ferida sempre estará no tempo e lugar certos. E a singela Além do Horizonte, daquele “bronzear o corpo todo sem censura/ gozar a liberdade de uma vida em frescura”?

 Para fechar as minhas dez músicas do filho da Lady Laura, essa que não está entre as dez, lembro de As Curvas da estrada de santos e As Flores do Jardim da Nossa Casa, que não entrarão, porque na lista cabem apenas dez.

Assim, termino com Amigo, lembrando o amigo e irmão Dapenha que um dia me enviou a sua letra numa carta de fim de ano

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