O silêncio de Zé Dirceu deixou muitos sem palavras
Ele de palavras também não precisou

O silêncio de Zé Dirceu deixou muitos sem palavras

“Seguindo a orientação do meu advogado, vou permanecer em silêncio”. Disse José Dirceu, ex-ministro da “República Petista”. Essa foi a resposta de Zé Dirceu.  Não me esqueci de abrir uma faixa na imaginação com a frase “Eu já sabia”. Estava na torcida. Zé foi Ministro e homem forte do seu Partido. O PT. Um Partido hoje mais partido do que nunca. A mesma resposta para todas as perguntas foi essa.  Zé Repetiu 13 vezes. Confesso que contei.

Zé Dirceu se valeu do sagrado direito de não produzir provas contra si mesmo. Um princípio chamado por aqueles que são do “meio” de “nemo tenetur se detergere”. Ou seja: o direito de não produzir prova contra si mesmo é Direito constitucional. Um direito mínimo de todo acusado. Está na “legislação mundial”. Um direito fundamental do cidadão. Compreendi.

Um colega ao lado dizendo não entender essa minha compreensão, acrescentou: “Compreendi, mas não entendi”. Não concordei com ele. Compreendi e entendi. Desculpem. Embora não goste da definição, pois seria preciso mais alguma coisa para que assim fosse, sou também um Operador do Direito. Sem aspas. Zé Dirceu é um condenado com sentença penal transitada em julgado. Trocando em miúdos: um criminoso. Zé Dirceu roubou o leite de muitas crianças. Segue um pequeno parágrafo.

Não tenho nenhuma simpatia por Zé Dirceu. Nunca tive. A sua cara lombrosiana não foi a responsável por essa minha primeira impressão a seu – dele – respeito. Os seus atos na “crista do poder”. Foram esses. Sem dúvidas: foram esses.

Zé Dirceu foi um dos homens mais poderosos da “República do PT”. Pausa. Quase escrevo “Quadrilha do PT”. Acho até que ficaria melhor. Zé Dirceu não respondeu a nenhuma pergunta dos deputados da CPI da Petrobras. Se ele fez bem? Se Dirceu eu fosse ou algum parente meu estivesse nessa condição, isto é, sendo Zé Dirceu, diria que ele fez muito bem.

Uma palhaçada? Mais que isso: um circo foi essa convocação de Zé pelos Deputados da CPI da Petrobras. Sabendo-se por força de “habeas-corpus” que Zé Dirceu nada diria, bem que deveriam ter economizado mais uma merrequinha do que sobrou do erário público depois passagem dele e a quadrilha do PT.

Por que Zé Dirceu resolveu ser amigo do silêncio? Simples: porque nele, no silêncio, cabe tudo! Mesmo os “roubo e as trapaças” feitas por  et caterva petista.  Se tem mais?  Tem! Todos sabem o que Zé Dirceu está guardando no silêncio dele!  “Cosa nostra”?!”. Não, deles!

Zé Dirceu não precisa falar. Embora orientado pelo seu – dele – advogado, o silêncio de Zé Dirceu poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa. Isso mesmo. Aqui não vale a “presunção da inocência” –  Zé um condenado. Não é réu primário. Mais uma pausa.  Tudo bem que é errado reconhecer indicio de culpa no silêncio de Zé Dirceu.  Mas esse não é caso de Zé Dirceu. O silêncio dele é um silêncio próprio dos culpados.  Zé Dirceu no seu silêncio deve estar sorrido de tudo isso. Eu estaria. E vocês?!

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