Padres australianos pedem ao Papa que celibato seja opcional

Padres australianos pedem ao Papa que celibato seja opcional

No entanto, a Conferência Episcopal se opõe à iniciativa

Após a Igreja Católica na Austrália ser alvo de um escândalo de pedofilia envolvendo seus religiosos, os padres australianos apresentaram uma proposta para que o papa Francisco autorize o celibato opcional e o retorno dos padres casados ao ministério, embora a Conferência Episcopal se oponha à iniciativa. “Esperamos que os bispos ouçam os sacerdotes e as pessoas, porque não há como voltar atrás. A proposta facilitará a conversão para uma nova Igreja, uma Igreja mais humilde, uma Igreja mais compassiva”, disse o presidente do Conselho dos Presbíteros, James Clarke.

A ideia surgiu no âmbito da investigação da Comissão Nacional sobre as respostas das instituições a numerosos casos de pedofilia. Depois de dois anos de pesquisas em igrejas, instituições de caridade, governos locais e escolas, os dados indicam que 7% dos padres australianos foram acusados de cometer abusos sexuais desde 1980, totalizando 4.444 denúncias.

O Conselho Nacional dos Sacerdotes, depois de uma conferência, apresentou suas propostas à Assembleia Plenária da Igreja Católica, pedindo que fosse permitido o retorno dos padres que eram casados.

“A maioria dos padres é a favor do celibato opcional e abre o sacerdócio aos homens casados”, disse Clarke.

“Muitos de nossos ex-padres são casados e gostariam de voltar à Igreja se pudessem”, acrescentou.

Mas a Conferência Episcopal recusa esta medida e defende a obrigação do celibato como “uma prática positiva e por um longo tempo consolidada na Igreja”. Segundo Clarke, “se a Conferência Episcopal Australiana disser ao Papa Francisco que existem muitas comunidades remotas que são negadas a Eucaristia e que tivemos a oportunidade de ordenar os homens casados adequados, acreditamos que Sua Santidade diria que sim”.

Durante uma reunião de bispos, em Poznan, na Polônia, o prefeito da Congregação de Bispos, o cardeal canadense Marc Ouellet, disse que há uma necessidade da “participação de mais mulheres na formação de sacerdotes para o ensino e discernimento dos candidatos”.

No ano passado, depois de cinco anos de investigação, a Comissão Real da Austrália que apura abusos sexuais infantis recomendou que a Igreja Católica derrubasse a obrigatoriedade do celibato para seus clérigos, uma vez que tal condição poderia aumentar os riscos da prática de crimes de pedofilia. (ANSA)

 

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