não pense que com a  sua partida os  pássaros deixarão de semear no seu quintal  sementes de esperança

não pense que com a sua partida os pássaros deixarão de semear no seu quintal sementes de esperança

Faz tempo que não mexo com as palavras. Essas têm ficado dormindo na rede das articulações dos meus dedos malabaristas. Somente eu sei o porquê de esse estar afastado deste espaço que um dia foi o meu divã.  O motivo do afastamento? Se não me sinto bem em revelar, não o revelarei.

Não me sinto bem em revelar esse mistério doído. Estranho? Não. Vocês não sabem o QUANTO ainda machucado está este pobre coração.

Mas, por favor, não estou pedindo que respeitem a minha dor. Não quero!  Cada dor merece o sofrer de quem a sente. E vice e verso? Tudo bem. Mas gosto mais do “visse o verso?”

Outro dia não muito distante, um erudito colega que abrilhanta este espaço ao lado de outros poucos, escreveu dizendo que eu não tinha motivos para tamanha tristeza. Tamanho sentir.

Tudo aconteceu como acontecido deveria, escreveu ele. Tudo como vai acontecer durante todo o tempo em que estivermos vestindo essa mesma roupa de carne e osso  e morando na mesma cidade.

Não duvidei dele. Não duvido hoje de ninguém. Todos têm os seus mistérios e somente eles são capazes de saber onde esses começam e terminam. Mistérios sempre vão pintar por aí.

Se na vida minha pinta algum mistério? Acho que não. um dia escrevi e agora repito: a minha vida é um livro… 1berto!

Estou nesse momento sem o chamado “tesão” para escrever sobre isso, aquilo ou ainda aquilo outro e um pouco mais daquilo.

Se tenho vontade? Não. Se leio é apenas para não acostumar esses curiosos olhos com o vazio das palavras. 

Descrente em quase tudo eu ando. E andar não adianta. Parado descrente também estou.

O pior é que ainda encontro aqueles que vivem a repetir que o “descanso” veio para todos. Ele e ela. Nós. Mentira.

Vez em quando sinto que mesmo no canto parado o coração reage como se tivesse acabado de participar de uma maratona.

Insisto em dizer que a dor de cada um é como a nossa impressão digital: todos têm a sua. 

Acredito também que a minha chegou ao seu limite. Se não vai doer mais? Vai e muito. Só que essa dor vai acabar desistindo diante da minha insistência em não demostrar aos próximos que ela está presente mim.

Não tenho o que dizer? Tenho: não falarei do motivo dessa dor. Não preciso. Senti-la apenas é preciso. Assim como navegar também fora um dia.

Está tudo aí, sem mais considerações gerais a fazer.

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2 comentários

  1. Cleonice Cabral doscSantos

    Tudo o que dissestes, é o que restou do teu silêncio.

  2. É um texto com um jogo de palavras que não deixa doer, mas, sim! Saudades… mas, é preciso ter novos horizontes a ponto de encontrar o arco-íris. 1BERTO E OUTRAS PALAVRAS, nada mais.

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