cadê os ventos da manhã que balançam as velas do barco da nossa esperança?

cadê os ventos da manhã que balançam as velas do barco da nossa esperança?

vocês estão acostumados ou não estão. mas todas às vezes que resolvo falar na peste corona e nessa quarentena que vêm nos roubando as vidas nunca deixo de reafirmar que também venho (é um vai e vem da gota serena) tirando essa de letra. assim mesmo. essa. escrevo no singular para depois acrescentar que o melhor seria o plural -letras. 

mas acontece é que essa coisa chamada de pandemia do corona tem-nos roubado a paz e quase o sossego. tão lembrados da música do mirabeau? esse que estarei lembrando nas próximas mal-traçadas? pois é. “você roubou meu sossego/você roubou minha paz…” ?

em nosso caso, porém, a bela música do mirabeau fica por aí. nada do “com você eu fico a sofrer, sem você vou sofrer muito mais”. sem a corona nós iremos viver e agradecer a deus pelas nossas vidas de volta!  viver  muito  mais!

a verdade é que essa peste do corona além de roubar a minha confiança em novas manhãs, roubou também   boa parte do meu característico humor. passam os dias e ele(ou seria ela?), a corona, como uma praga que parece – apenas, apenas – que veio para ficar, vai por aqui ficando. se é triste? imaginem! tristíssimo.  

as notícias são as piores. tanto que tenho evitado piorar a minha aversão – também tem muito de medo – por essa peste que dizem ter vindo lá da china,  venho evitando saber as novas – todas velhas, desconfio – notícias sobre esse ainda não velho conhecido nosso que  muitos estão  querendo  culpar  o  macaco por  esse novo mal   do  homem.  a varíola.

se ligo a minha janela aberta para o mundo –  mesmo sendo em cores –  e espalho o meu olhar curioso na tela dessa emissora que muitos infelizmente ainda por ela se veem, desligo-a de imediato para que  o medo contido não se transforme em pavor. sente-se nas caras lisas de seus âncoras a alegria em nos dizer que nas últimas vinte e quatro horas tantos  trocaram de roupa e se mudaram para outra cidade por obra e (des) graça desse vírus sacana. 

não é a hipocondria que não raras vezes carrego comigo. não a responsabilizo por esse ato espontâneo que move o meu indicador – o dedo –  sobre o controle dessa “máquina de fazer doidos”.  também não é a falta de controle que todos estão vendo e muitos sentindo dessa peste que nem tarde nem fora de hora deveria por aqui ter chegado.as nossas vidas que estão paradas no porto do medo, cadê os ventos da manhã que balançam as velas do barco da nossa esperança? não temos tempo a perder. queremos as nossas vidas volta.

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