sonegou ? só neguei!

sonegou ? só neguei!

Encontro uma velha amiga Contadora. Não de história. Contadora com maiúscula. Daquele tipo que faz de conta que não raras o prestador de contas engoliu aqui e ali o que não quis que outros soubessem que ele gostava daquilo. Falo em renda. Não pensem outra coisa.

 Ela me fala que deixou a profissão. Melhor: viu tanta sacanagem que acha mesmo que pelo fato de não aceitar nem gostar de sacanagem ela o deixou. Me conta entre a tristeza e a revolta. Nunca viu tantos ladrões dizendo que roubou pouco quando na verdade roubou um pouco mais. Muito mais. Não é pessoa física. Faz questão de ressaltar.

 Mas sabendo que nessa terra de sapos ladrões para sobreviver você tem de ser sapo como eles, mesmo não sendo ladrão, de cócoras por muito tempo ela passou. Cansou.  Não tem firma. E se tivesse? Foi sincera uma pequena firma que não sonega, principalmente essa, não passa mais de um ano aberta. Os impostos são mais famintos que o mais faminto dos leões. Disse. 

 E cita como exemplos a energia elétrica, a gasolina, o gás. Sai fazendo uma lista que à primeira vista – não a primeira lista – parece mais chamada de candidatos a uma vaga em uma dessas universidades em que o aluno não paga, mas no fim do curso sente que alguém lhe enganou.

Tenho pena do minha boa e honesta colega. Ela está triste. Muito.  Ela conta de sua tristeza e, não conformada, fala da tristeza do povo. E o nosso Supremo Tribunal? Pergunta-me na intenção de contar-me mais alguma coisa fora de sua ex-profissão. Sem tempo lhe peço para me contar outro dia. tudo bem. Não faz questão.

Se despede e fico a desejar que nesse dia ela não chegue tão triste. Fazer o quê se o país está uma tristeza só? Realmente. Faz pena. Foi o que senti dela.

impostos dois

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