tirando de letras a quarentena e morando muito bem dentro de mim

tirando de letras a quarentena e morando muito bem dentro de mim

luta sem paradeiroA tecla vem sendo essa desde a semana passada. Melhor: As teclas. Desde que começou a batalha do corona x quarentena. Disse umas vezes e não sei quantas. Não contei. Não conto. O que disse muitas vezes sem contar? A quarentena é difícil de suportar, mas sem muito esforço, assim mesmo, sem muito, vou tirando de letras. Por que o plural? Palavras. São muitas as letras que uso para espalhar por aqui o que penso a respeito dessa peste, e sobre essa tranquilidade com que a quarentena enfrento.

Não é tão difícil. Nenhum segredo. Tudo é uma questão mais de escolha, que de temperamento.  Vou por aí. Também tem muito daquela história que dizem ser de tanta gente que acaba não sendo de gente nenhuma, “Senhor, dá-me serenidade para aceitar tudo aquilo que não pode e não deve ser mudado. Dá-me força para mudar tudo o que pode e deve ser mudado. Mas, acima de tudo, dá-me sabedoria para distinguir uma coisa da outra”. Vou por aí.

Em meu caso e de muitos, sabemos que a Quarentena é necessária para se combater ou pelo menos evitar que o mal do corona se alastre. Está provado que, ficando em casa, você está mais seguro que “na casa dentro do seu carro” rodando por aí, ou fora dele rodando por aqui e alhures, e lugar que poucos falam e menos ainda sabem onde é que fica. Tem mais uma atenuante para enfrentar essa barra: se você gosta – gosta mesmo! – de ler, ouvir uma boa música e assistir a um bom filme, a rua passa a ser um lugar que não existe.

Se não bastasse tudo isso, que graças a Deus e ao meu trabalho honestíssimo hoje posso usufruir, viver nessa ilha que vocês conhecem, faço questão de salientar a honestidade, porque vocês sabem que vivemos num pais em que –  infelizmente –  muitos ainda sentem vergonha em ser “honestos”.  Embora sabendo que todos nós somos ansiosos, uns pouco e outros muito, faço parte desses que carregam consigo só um pouquinho desse sentimento. Pausa. Deve ser isso mesmo: sentimento.

Digo, bato no peito e reconheço a firma: se outras quarentenas forem necessárias para comprar o bilhete somente de ida da peste corona, pode contar comigo uma, duas, três… Ora bolas! Há muito acostumado a morar dentro de mim, e sabendo que dessa casa do peito não poderei sair tão cedo, pode acreditar: aumentarei os cômodos dessa casa, dividirei com os amigos e parentes, sem necessidade do pagamento de aluguel, e deixarei que eles aqui morem por todas as quarentenas desta vida!

 

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