UM CÃO UIVANDO PRA LUA…

UM CÃO UIVANDO PRA LUA…

As chuvas cessaram. Mas resta pairando no céu um manto úmido de chuvas pesadas d’água. Os ruídos me chegam pelos braços do ar. São vozes. São músicas. São campainhas. Sinto o pulsar do meu coração e respiro o ar que chega e me alimenta os pulmões.

Vejo o barulho. É isso mesmo. Não apenas o escuto porque ele não é tão-somente barulho. É explosão. É a manifestação do ego. A desesperada tentativa de todos os egos dando continuidade à vida em superfície. É  a intriga. A lamentação em cima das dificuldades e todo mais.

Mas há um barulho que não escorre, que fica contido dentro da minha cabeça, mas que é o mesmo desespero. Vejo todo o barulho e entendo que ele existe para que se mantenha a farsa do ilusório mundo da superfície.

Ah, meus amigo,ah, minhas amigas,  assim não se dá permanência apenas ao prazer; à diversão; ao gozo. Assim garantem-se nossas ignorâncias e desumanidades. Mantendo o ego doente, somos doentes e precisamos da dor. E essa dor é bendita porque nos força a viver a verdade. E é preciso senti-la.

Sinto que aquele que já se sustenta em superfície, deve abraçar a dor. Posso vê-la como uma corda jogada para dentro, como uma ponte que nos leva para dentro do nosso verdadeiro mundo: o nosso centro. O nosso interior.

E eu já não posso dizer que ir ficando no silêncio, ficando inteiro, completo, sem pontas pra fora, é permitir-se à vida!

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