Um homem triste tentando vender alegria

Um homem triste tentando vender alegria

Aconteceu no Ponto de Cem Réis, esse mesmo que um dia foi meu ponto e o ponto de muitos. O ponto que foi um dos  escritórios do amigo Livardo Alves.

Passávamos por lá eu e o meu bom irmão/amigo Paulo. Uma olhadela e ele estava lá só tristeza. Era um homem triste da cabeça aos pés.Triste de não ter jeito, como no bom poema do Manuel Bandeira.

Ele vendia – não vendeu um só durante o tempo que fiquei dividindo com ele essa tristeza – esse brinquedinho sem graça, para essa criançada do tempo do celular e notebook.

Não gritava, oferecia o seu produto, feito em casa, sem dúvida, falando baixinho. E mesmo que ouvissem, pois acredito que ouviam, as crianças, “amarradas” aos seus modernos celulares, não dariam a mínima para aquele homem só tristeza.

Afinal, o que ele estaria vendendo? Nenhuma parou para indagar. Seriam pedaços daquele tempo em que era feliz e não sabia? Estaria querendo dividir esse com as crianças dos tablets e celulares?

Nunca vi alguém tão triste, tentando vender alegria! Doeu e confesso que ainda está doendo.

O homem triste de não ter jeito, como naquele poema do Manuel Bandeira, recolheu o meu sorriso.

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