Uma pena. Não estava lá. Acabava de pegar o meu trem aéreo de volta para o meu aconchego. Jaguaribe. Ele precisava de mim. Eu mais ainda dele. Precisava respirar os puros ares que vem da mata do buraquinho anunciando novas manhãs.
Estive por lá com o irmão/amigo Fernando Caetano. Fernando para eles. Galego para nós. Esse “nós” aí somos nós daqui. Ele e a boa Pedrina. Os de lá. Estive com esses. Tempos bons que voltarão.
O bar Brahma, para os muitos que não sabem, é um barzinho típico “casa de show” que fica no cruzamento famoso da Ipiranga com a São João. As ruas. Essas que ficaram famosas apenas pelo fato de caírem na “cantada” de um baiano sabido que agradou de cheio a pauliceia desvairada.
Dias antes, se a memória não põe um pé do esquecimento na frente da lembrança para ela se esparramar no chão, o velho e decadente “The Platters” se apresentara com a sua – dele – “Only you”. Nenhuma vontade de ver o passado nele. O meu. Prestem atenção na data. O bom Cauby já não era tão bom assim. Tão Cauby assim.
Nenhuma crítica. Tudo muito natural. Muitos dos nossos não chegaram a idade dele cantando como ele cantava. Nem a idade chegaram. Nem cantavam. Notem o esforço para não atravessar “New York” pela contramão. O timbre característico se despedia. A voz aveludada o veludo perdia. Não queria mesmo estar presente nessa despedida antecipada. Não estive. Não valeria a pena. Não valeu para os presentes. Acredito.
A velha e dançante e gostosa “New York” cantada por ele justificaria o apelido de “a voz” verde-amarelo em tempos outros. Essa não. Agora não. Daquela vez não. Pausa. O bar Brahma que me aguarde. Aguarde-nos. Em breve – muito em breve – estaremos visitando-o mais uma vez. E dessa vez sem Cauby. Infelizmente.
Bicho, realmente, és espetacular. Que Deus prossiga te iluminando! bjs.