1 – Ó quarta-feira meio enfadada! Aqui, nesse exato instante, sem meias no pés, lendo Graciliano Ramos, ratifico o que há muito já dissera: é o nosso melhor escritor nordestino. A verdade é que no verde-amarelo são poucos os que escrevem ou escreviam como ele. O cara escreve como … gente grande? Mais que isso: gente enorme! Pausa. Também sou fá do Zé Lins, esse que eu comecei a ler, assim como muitos, ainda menino-jaguaribe. Muito bom. Mas Graciliano Ramos me pegou de uma forma que não tenho como negar: é o melhor.
B – alguém me pergunta ao lado se a palavra “bastante” tem plural. Ora, eu vivendo no “plural” todos os dias, sendo plural todos os dias, pois, afinal, carregamos no peito multidões, é claro que respondi sim. “Bastante” tem plural, sim. Aprendi com a saudosa Concita Barros. E ainda com ela aprendi esse meu j eito natural de falar na segunda pessoa. Ah, o bastante? Ora bolas! Basta substitui-lo por “muitos” ou “muitas”. Se um for para o plural, o outro vai também. Morreu o boi. Exemplo? “O Bozo está com muitos miolos soltos”. O “bastante”, no caso, pluraliza-se também. Fica assim:” O Bozo está com bastantes miolos soltos”. E assim por diante. Tá explicado?
E – o radialista torrelandense Cardivando de Oliveira parece que dessa vez vai mesmo pegar o seu chapéu, pendurar o microfone da rádio Sanhauá e ficar em casa assistindo a partidas de futebol ou enaltecendo, as qualidadezinhas(sic) do seu Botafogo parahybano, timinho que
para chegar a Segunda Divisão estar distante da terra quanto esse “buraco negro” que fotografaram, e que para este MB que não estar nem aí para a descoberta pode passar em branco. Em despedidas, pelo que estamos vendo, Cardivando vai bater o Silvio Caldas. Sinceramente: Cardivando não merece o que estão fazendo com ele (vide matéria no Blog do Tião).
R – mais uma vez, pois é um livro bom danado de ler, leio os “minicontos para cinéfilos” de João Batista de Brito, num livro “Um beijo e só um beijo”, de 2001. E todas às vezes que leio, nenhuma dúvida eu tenho: João entrega os filmes “minicontados” numa frase ou num ato comum de um
personagem. A ideia do livro é simples e inventiva: ele escreve um miniconto (assim?) a partir de um filme, e vai por ai contando a história. E o leitor, pela vez dele, lendo o seu miniconto tentará descobrir – vamos lá – o filme que está sendo contado. Eu confesso que só não descobri os filmes a que não assisti. Os outros? Foram uma “garapa”, como dizíamos ainda meninos de jaguaribe.
T – Nada mais idiota que a “punição” do Comitê de Ética da Fifa ao ladrão e ex-presidente da CBF Jose Maria Marin. O sacana e riquíssimo Marin, graças aos subornos e trapaças pela vida, um pulha de 86 anos de idade, no fim do caminho, foi condenando a devolver – vejam só! – a bagatela de R$ 3,8 milhões da fortuna que roubou, Ora, ele não vai estar nem ai. Uma mixaria para o tamanho do roubo. Eu também nem aí estaria.
O – assisto a triste de cena da Notre Dame em chamas. A Rosa e eu. Estamos calados, sentidos, chorando com o povo francês. Mas, enquanto isso, um filme passa em minha cabeça: quantos filmes não tiveram – ou lembraram – essa igreja como cenário? Assim, sem pensar duas vezes, lembrei – claro! – do Corcunda de Notre Dame. Ah, esse eu assisti no meu eterno Cine Jaguaribe! Agora, servindo ainda com fundo, lembro do “Meia-noite em Paris”, “Missão: Impossível – Efeito Falou” (2018) e “A invenção de Hugo Cabret” (2011). Tem mais. Mas fico por aqui.
EU PLURAL: acabo de receber a notícia de que o meu bom e eterno cunhado Luiz Antonio da Silva acabou de pagar a conta do bar, trocar de roupa e se mudar para outra cidade. Triste eu fiquei, confesso. Tenho andado um tanto desconfiado desse “indesejada das gentes”. Não sei se quando ela chegar “encontrará lavrado o campo, a casa limpa, a mesa posta e cada coisa em s eu lugar”. Viva Manuel Bandeira! Viva Luiz Antonio da Silva!