Vai, Carlos! Ser Poti pela vida!

Vai, Carlos! Ser Poti pela vida!

Até posso dizer que por décadas trabalhamos juntos. Ele na área técnica, por força da profissão, eu na mesma área, levado pelo mesmo motivo profissional. A verdade é que trabalhamos juntos na mesma Empresa por décadas. Mas agora ele parte deixando saudades, e de nós, velhos amigos e companheiros de batente, levando nossos desejos de que seja feliz nessa sua volta. E será. Porque “ser feliz” todos merecemos.  

 Engenheiro conhecedor de todos os caminhos da vida (e da água), excelente profissional, passando um bom tempo em locais outros, mas esses fazendo parte da mesma Empresa, foi assim por mais de 40 anos. Pausa. Escrevo assim sem a certeza do tempo e data. Agora faço os cálculos… Isso mesmo: mais de 40 anos. E durante todo esse tempo, embora executando serviços outros em instituições outras por convites aceitos e/ou convocações, a nossa amizade continuou a mesma.

 O tempo nada ou quase nada importa. Esse, afinal, para estar/viver com os amigos, sempre é pouco. O triste, porém, como bem lembrara o poeta Mario Quintana, é que “quando se vê já passaram 50 anos!”, e “agora é tarde para ser reprovado”!   Mas ele, como bom estudante na vida, não foi reprovado nem será, pois os amigos que por aqui vai deixar, lhe passarão com louvor. A nota?! Notem bem: ele passará com louvor.

.Décadas passadas e vividas, anos construindo a sua história e contando com os filhos, netos e amigos para escrevê-la, está na hora de voltar para casa. Voltar a sua origem. Mas não será um retorno ao pó descrito no Livro Sagrado. O fim de todos nós. Viverá ainda muito. O Deus em que acredita – estou nesse meio – assim há de querer. Voltará apenas à casa de onde na verdade nunca saiu. A mesma casa de onde os seus sempre estiveram.  Dessa vez deixará apenas a casa que foi a sua por quase toda vida. Uma segunda casa? Não raras vezes a primeira. Esta mesma de onde siará homem/profissional realizado e vencedor.

 Todos sabem e sentem.  Falta muito pouco para o seu Dia D. Um dia que   nada tem a ver com o da Normandia. Esse, no seu caso, será o Dia da Despedida. Pois é. Carlos Antonio Potiguara está se despedindo. Se o conheço, deve ter sentido muito ao assinar o “Tudo bem, irei voltar para casa”.  Nem sei se sentirei tanto assim quando esse meu dia chegar. Não sei. Mas que será um dia inesquecível para quem parte, disso tenho a certeza.

Todos sentem nessa hora.  Tremem. A emoção da despedida não pede licença para chegar.  Em pouco tempo ele sentirá a falta do “habitat profissional”, desse “círculo vicioso” gostoso e alvissareiro.    O círculo vicioso do qual não raras vezes reclamamos quando sentimos que o Domingo se vai. Em pouco tempo e sentirá a falta desse dele. Esse que agora chega envolvente e leve como o vento das manhãs.

 Mas, amenizando essa saudade, Carlos Antonio Potiguara, os amigos que por aqui ficam saudade tua sentirão.  Nesta casa em que vivemos mais do que em nossa própria casa.  Nenhuma dúvida existe sobre esse fato. Mas se existe um consolo nessa despedida, Poti, (o apelido virou marca) é a certeza   de que os que por aqui ficam também muita saudade tua sentirão.  E os que trocaram de roupa e se mudaram para outra cidade viverão em tua lembrança.

 Todos sentem quando um bom amigo e bom caráter – assim como os outros que apressado saíram sem dizer que não voltariam na segunda-feira – vai “pendurar” a sua história na parede de nossas memorias. Assim como os outros que se foram mais cedo, trocaram de roupa, se mudaram para outra ou continuam morando nesta cidade onde moraram – muitos continuam morando – os nossos pais, todo dignos e cheios de esperança, também desejavam ficar mais um pouco.

 Em breve será “O Dia D” desse nosso bom companheiro CARLOS ANTONIO POTIGUARA, o POTI, esse amigo de muitos e por muitos assim chamado. Dessa vez ele desembarcará no seio da amada família para ficar, voltará a sua origem. Os abraços agora serão mais fortes e o tempo desses maior ainda. Voltará para os seus com a sensação do “dever cumprido”. Assim como um Ulisses vencedor voltou à amada Penélope.  E agora, sem o compromisso de todos os dias, o seu único compromisso será com a vida.  

Viver!  Vai, Carlos! Viver agora é mais preciso do que nunca!  Navegar?! Não precisas mais.  Navegaste o suficiente para merecer o “Porto Família” que te espera.

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Um comentário

  1. Lindíssima homenagem! Me emocionei, digno de todas horária que possamos adjetivá-lo.

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