Ontem feriando, aqui proclamo: na colorida cidade de Olinda, na carnavalesca Olinda passei. Zerei o hodômetro – odômetro? Tudo bem. – do meu corcel vermelho com cascos de borracha, e registrei: Olinda está distante 112 km da minha ilha cercada de livros e discos e filmes por todos os lados!
Um passeio-maracatu arretado de bom. Valeu a pena. Maracatu é essa bela manifestação do folclore brasileiro de dança e música. Afro-brasileiro, surgiu no estado de Pernambuco, mas, assim como mora em Nazaré da Mata, onde estive em outros carnavais, também mora em Olinda. Ah, fui alto dessa vez. E lá do Alto da Sé, nem precisei descer para “viver” esse Maracatu sem a folia do carnaval.
Descida a ladeira, meti esse “misterioso” chapéu de palha e isopor de maracatu na cabeça, imaginando-me Caboclo de Lança. Deu um branco! Mas, embaixo desse branco aí, pois era o que tinha no momento, imaginei as fitas de Oxum (azul), Oxóssi (vermelho) e Xangô (vermelho) dançando nesta cabeça uma valsa de vento!
Saí então, todo maracatu, depois subido uma ladeira que parecia dar no céu, mandei esse “caboclo” jaguaribense em fotografia para o meu bom irmão Dapenha, que, naquele seu estado de Zen, num comentário feicebuquiano, perguntou se este MP estava voltando à criancice!
Não voltei ainda, meu bom irmão, não voltei, respondo agora, mas confesso ser essa a minha procura: o menino que deixei por aí, um menino que espero encontrar com ele um pote cheio de felicidade e esperança no pé desse arco íris que as meninas dos meus olhos carregam, e que nunca espera (o arco-íris) a chuva para acontecer!
Repondo, meu bom irmão, que não só desejo voltar à criancice, mas também andar naquela bicicleta velha do nosso irmão que não mora mais aqui, como se fosse um desequilibrado menino. As rodinhas de um lado e outro dela, isto é, da bicicleta que ainda guardo comigo, sem alcançar os pedais, pelas ruas do nosso Jaguaribe!
Respondo ainda, meu bom irmão, creio que essa manhã não vai demorar a chegar. E nesse dia chutarei aquela bola de meia, somente saudade, com a maciez e ternura do primeiro chute. Voltarei, meu irmão, voltarei “caboclo menino” dançando com os “índios do Varjão”, e desejando que estejas menino comigo!
Voltarei, meu irmão, estou voltando!