esse sou eu. nenhuma novidade. cidadão comum que cabe numa fotografia três por quatro. ou numa máquina de calcular.
vivo um tempão em papo com os meus livros e discos e filmes. amigos em que muito confio. nunca me traíram. foram falsos. eles são ótimas companhias.
todos sabem que falo neles vez quando. faz bem. fazem bem. mas de tanto falar neles e muito pouco em mim a curiosidade de um dos leitores, uma, recrudesceu: por que quase não apareces em foto nas tuas mal- traça das? acertou no “quase”.
“ora bolas!”, digo lembrando o poeta Mario Quintana. ser um número me basta. apenas 1. hum. assim como se escrevia antigamente em folha de cheque.
por que o meu rosto se gosto do número que sou ?! em foto sou mais exigente. e se essa for de perfil, sou mais ainda. um número? nem tanto.
alguns até me perguntam se não sou membro do bloco “eu vivo sozinho e muito bem”. se não quero deixar de ser mais um número, ou seja, ao invés de 1 sendo promovido a 2. não. não quero.
estou muito bem sendo 1 apenas. ótimo. não sabe a curiosa que mesmo sendo 1 sou plural. todos os números que se possa imaginar. mesmo os inimagináveis. não quero fotos. número. sou isso. 1. e isso me basta.
Ora bolas!