1 – Hoje é domingo. O dia de domingo pede cachimbo. A minha mãe fumava um cachimbo que tinha cheiro de fumo bom. A minha mãe Dona Chiquinha cantava uma musiquinha no tom e ritmo de ninar, que dava para sentir que o verbo “pedir” se transformava em “pé de cachimbo”. E assim por muito tempo passei vendo nascerem pés de cachimbo onde belas flores com cheiro do fumo do cachimbo da minha mãe desabrochavam.
B – Hoje, Domingo, leio poetas. Poemas. Dessa vez o poeta é um velho e ótimo amigo dos velhos tempos, vizinho erudito de coluna de jornal. Hildeberto Barbosa Filho. Geometria das paixões? O ano de 1986? Um belo título de poemas desesperados? Esse ainda não. Mas a ele volto sempre. Estamos no Mês de julho de 2022. Fazer o quê se o poeta faz um poema de “quase nada”?
E – Afinal, pergunto ao poeta na minha leitura, para que serve o poeta? Ele sem padres, bispo ou papas na língua, me responde: “Para jogar pedras nas estrelas ou fazer estrelas com as pedras das palavaras”. Bonito ou não? Diz mais: “Poeta não serve para nada”.
Mas aí vem o arremate: “Mas é ele, o poeta, que põe o sal na boca dos peixes, dá de comer à fome ancestsral – que fome, hein? – que nenhum deus (assim, com minúscula) diminui”.
Sem mais considerações, por enquanto, a fazer, sigo lendo o poeta.
R – Um circo está fazendo morada há dias na rua onde moro. Todo circo me lembra o Chaplin. Sua lona é o seu chapéu coco. Ontem, pela primeira vez, falei com o palhaço. Disse que ficou sem graça quando soube que estava demitido porque, segundo o dono do circo, estava sem graça. Lamentei. Não achei graça na história. Tudo porque sua história – constatei em seguida- era verdadeira.
T – Em tempos de guerra, nada melhor que se preparar lendo a “Arte da guerra” do Sun Tzu. Não faz o meu gênero, confesso. Pra que mentir se tu sabes sobre tudo que leio?
O cara é astucioso. Nos seus “Movimentos Estratégicos” o mestre parece mais um exímio vendedor de gelo, pois é frio; e um grande matemático, pois é calculista. Isso mesmo: Tzu é um sujeito frio e calculista!
Vejam só que pérola: “Aparenta estares afastado. Podes partir depois do inimigo e chegar à sua frente, pois sabes medir e calcular distâncias”. Tudo bem. Pelo menos um bom matemático sei que foi.
O – A minha irmã de 86 anos, Maria das Neves, a Nevinha, como é chamada por muitos, deu um descanso as pernas para cuidar do coração. O sorriso, porém, esse sempre pregado no rosto de um canto a outro da boca, sem portas abertas para a mentira, nunca cansou, mantem a jovialidade de uma criança de 12 anos.
Tenho a certeza, Ele assim quer, que o coração da minha ótima irmã, esse órgão propulsor que não transforma o sangue venoso em arterial – a hematose, não é meu bom amigo e doutor Tico? -, vai sair da “oficina hospital” novinho em… batidas e compassos!
E não apostem no contrário que perderão. O melhor – um pedido, colegas, um pedido – é sentar na arquibancada em que me encontro, torcendo e muito pela sua breve recuperação.
Fim de papo. E do acróstico 1bertiano.
Amei o ACRÓSTICO e seu oersonagem principal: nossa saudosa MÃE!
Amei o texto e o Acróstico. Principalmente a personagem principal: nossa Mãe!