Nesse exato momento, sem pressa em olhar, espalho esse olhar sem pressa pelas ruas da minha cidade! Não sou réu, mas confesso: gosto muito desta cidade! Vocês sabem. Todos. Sempre gostei. Se tivesse nascido em outro lugar, nenhuma dúvida: não seria o mesmo! Pausa. Mas também não seria muito diferente.
Sou moldado pelo bairro em que nasci. Somos. Jaguaribe. Não tenho cara nem jeito de sujeito de bairro outro. Sou jaguaribense. Sou Jaguaribe em carne e osso. Jaguaribe Carne e osso!
Todas às vezes que passo na frente da casa onde nasci, ali na Rua 12 de Outubro, 950, sinto-me renascer! Vejo -me criança se arrastando por um terraço limpinho como sala de UTI! Era feliz e não sabia? Não questionava ainda o que era felicidade. Vivia!
Acabei de passar em frente da casa onde nasci! Ah, a casa já não é a mesma! Nem eu! Nem o meu bairro. A minha cidade e Estado estão diferentes. Essa casa que falo foi construída fora de mim. A minha casa e do Compadre Heráclito e Dona Chiquinha? Essa não! O tempo passa e voa, mas continuo morando dentro dela numa boa!
Mudei? Não! Nunca me mudarei dessa casa! Essa casa sou eu!
Ah, por que “como é bom saber tocar um instrumento” ? Serei curto, mas não grosso: não fosse a palavra escrita , este “Malabarista de Palavras” já estaria morto! Ou quase! Escrever é a minha terapia!