Enquanto os nossos cientistas estudam a influência dos raios solares na menstruação das borboletas, por aqui o tema vez em quando volta à tona: a mudança do nome de nossa capital.
Aqui da minha ilha cercada de livros e discos e filmes por todos os lados assisto a tudo e não fico mudo. Verdade. Se assim eu ficar não mudo nunca. Os mudos, sem esse S, não mudam com o seu silêncio. E por não ser nem querer ficar mudo não posso ficar calado.
Mas não vai demorar para mais uma vez o coça-coça recomeçar. Uns querendo Cabo Branco e outros Parahyba. E outros ainda confessando o seu amor por uma Parahyba nua, sem o ipisilone e o agá, argumentando que assim vai deixá-la com a aparência de “gente velha”. Preconceito? Mais um.
Mas tem ainda aqueles que não são do cordão azul nem do encarnado e por isso mesmo não querem Cabo Branco nem Paraíba. Vira bagunça. Esses defendem um nome mais bonito como alvorada, entardecer, borbulhante, caleidoscópio, multicolorido, telescópio, ambivalente e outros menos conhecidos.
Particularmente sempre imaginei minha capital com outro nome. Achei uma sacanagem o que fizeram com o velho e belo nome dela. Também sei que o povo não tem nada a ver com isso. Se tivesse sido consultado, o inocente e pobre (não direi “ignaro”) povo meu não iria trocar uma “Parahyba” velha conhecida por um nome do momento, um acontecimento passageiro.
Também não sei em que mudaria se a capital da Parahyba – por exemplo – passasse a se chamar Cabo Branco ou Tambaú. Um fato, porém, não posso omitir: não gosto do seu nome atual. Ficou velho e ultrapassado. E não é só pela maneira com que esse nome foi imposto. O nome é feio mesmo.
Mas lá no fundo e bem no fundo da mente, pensem comigo: não seria muito pior se o desafeto de João Dantas tivesse sido um sujeito chamado Esculápio, Asclépio, Parmênides, Titirixebas, Chananeco ou Clorisbadeu?
Paraíba, capital… Jaguaribe? Deixa pra lá!