Um dia, naquele giradouro sem poesia da UFPB, esse mesmo onde o vento não faz a curva nem se curva, num “papo etílico” com o “poeta do mar’ Lucio Lins, ele me dizia: “Um dia ainda ancorarei o meu barco num raio de sol! ”. Sorri. Lembro-me bem. Ele também. Dei-lhe então a letra que fiz – ou vice e versos – para a música de Gil de Rosas. Velas. Ele, naquela sua maneira de Lúcio Lins ser, achou “arretada”.
Agora, anos depois de ele sair com o seu barco à procura outros mares, nesta manhã nada poética de terça-feira, deparei-me com esse seu belo canto molhado pelas águas do extremo Cabo Branco, o seu estranho trampolim:
“meu barco
deu-se aos intervalos
das águas
e hoje
eu nunca mais navegarei…”