EU NUNCA TIVE MEDO DE VIRGINIA WOOLF!

EU NUNCA TIVE MEDO DE VIRGINIA WOOLF!

Aqui na minha ilha. Estou.  O cachorro querendo sair de sua prisão de vidro, e eu lhe pedindo mais um tempo. Voltei da ilha do Ubaldo, pensando apenas em descansar. Cachorro preso e tranquilidade. Tô chegando ao ponto.  Melhor dizendo: estou no ponto de cem réis.  

 Mrs. Dalloway ?  Isso mesmo. Mergulho sem muita profundidade no mundo um tanto desesperado de Virginia Woolf. Caminho com Clarissa pelas ruas de Londres. A festa é para logo mais, e eu não quero perder. O cachorro é manso e a manhã quente como coração de mãe amamentando o primeiro filho. Pegando fogo! A festa está marcada para acontecer mais tarde. À noite. Por aí. Vem o fluxo mexer com a minha consciência.

Virginia, vocês sabem, era maníaco-depressiva ou coisa que o valha.  Muitos suspeitavam, mas poucos sabiam o nome desse transtorno.  Logo após a morte de seu irmão, Virginia desabou: “O golpe. O segundo golpe – o primeiro ela daria a entender que foi o da morte de sua mãe – da morte atingiu-me”. Referia-se a morte de sua meia-irmã. Foi atingida na moleira: “tremula, enrugada, sentada com as minhas asas ainda presas na crisálida rompida”.

Mas o fim de Virginia tinha que ser assim mesmo. Ou não tinha? Sei lá. Decepcionada com a crítica que não achou nenhuma graça com a sua biografia de Roger fry, somada aos estragos da segunda guerra mundial que lhe não dava condições par escrever suas coisas – nada a ver com “essas coisas” do saudoso e esquecido Carlos aranha –, desabou de vez.

Mas Virginia não ficou louca da jogar pedras na lua. Pelo contrário. Encheu os bolsos de seu casaco de pedras e atirou-se no rio Ouse, que ficava bem pertinho de sua casa.   Ah, foi fundo! Tanto que o seu corpo só foi encontrado três semanas depois por umas crianças que brincavam por ali. Entrou pela perna do pinto….Não sei, só sei que foi assim.

 

1tempo: estão me chamando, volto mais tarde.  

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