tudo a ver. a ver mesmo. se não comigo, com o quintana, o meu poeta mario. auto-retrato. às vezes também me pinto nuvem. mas, como nao sou poeta, não apenas pinto, brinco com elas! é um cavalo. uma borboleta. um leão. um tigre. um dragão. um dragão e um cavalo. são jorge ? não! mas tudo invento com as nuvens que pinto. inapto para o desenho com os dedos, torno-me um “gênio da pintura” com a imaginação! corpo e alma! mas o auto-retrato do poeta não precisa tanto assim da imaginação. fingir ? tambem não finjo: pinto! mas com a imaginação! ah, imaginem!
Auto-retrato
(Mario Quintana)
No retrato que me faço
– traço a traço –
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
– pouco a pouco –
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!