O tempo passa e a gente voa. Nesse voar vamos aprendendo a trocar as penas. Umas porque molhadas, nos atrapalham o voo. Outras porque o tempo de penas velhas passou. Vou em busca de outros ares. Voar em busca de si mesmo. E assim voando e trocando as penas vez em quando, a gente acaba pensado ser mesmo um pássaro. Os pássaros voam e pairam no vento! O tempo não pára! Olhando uma velha fotografia mesmo não sendo tão velha assim, sentimos que o tempo ou foi amigo ou não gostou do nosso rosto. A alma vive às escondidas. Embora se veja no rosto de cada um os anos que a alma tem. Não envelhece? Também. Uma mais rápidas que o envelhecimento do corpo. Outras nem disso precisam: nascem velhas. Os mesmos olhos que um dia viram a rua doze de outubro descalça continuam vivos e seguindo em busca de outras ruas dentro do peito. Calçadas ou não. Mas caminhando sempre em frente. Nada de retrovisor. Esses em muitos casos apenas atrapalham a caminhada. Eis aí o homem!Ecce homo cim todos os defeitos e virtudes continua o mesmo. Apesar do tempo corrido ele não correu. Não corre.