Ela nunca tivera tanta insônia. Sabia que sofria desse mal, o mal do século. Dissera outro dia para o colega.
Sabia também que havia tratamento. Lera em uma revista médica que a “doença” – falava assim, aspeando a palavra com os dedos – tinha cura.Tudo era uma questão de hábito.
Mesmo assim, cabeça cheia de ensinamentos médicos e populares, essas crendices, como costumava dizer, somente conseguia “pegar “no sono por volta das duas ou três da madrugada.
Os olhos de quem acabara de acordar, ficava li, cabeça na janela e pensamento na rua, invejando os que naquela hora dormiam.
Felizes os boêmios, costumava dizer, pois eles não desejam um lugar ao sol!
Dizia isso por dizer, gostava de frase feita. Essa, porém, sabia que não fora feita por ela. E, boêmia era a única coisa que não fora nem pensara um dia ser na vida.
(depois me conta. saiu do ar, está fora)