acordando numa ilha e descobrindo que a noiva estava de preto

acordando numa ilha e descobrindo que a noiva estava de preto

não acordei ainda. acorde ? é outro papo. outro tom.  outra coisa. acordei pra fora e , rápido como quem saca o seu revólver para matar o tempo, fui para os meus velhos amigos. livros e discos e filmes. 

nada de novo. os mesmos que me acompanham desde os meus tempos de menino-jaguaribe. uns tão velhinhos que nem andam mais. acham melhor – eu também – o conforto das minhas estantes.

a minha ilha parece agora cercada de livros por todos os lados. a noiva estava de preto ? esse! dou uma passada e bato um papo com o cornel woolrich. um americano que, certamente, usando essa palavrinha que faz um tempo que deixei fora do meu uso, não mora mais aqui.

lendo-o, por tabela, lembro do hammett que não leio agora. embora tenha essa velha mania de ler dois ou mais bons amigos de uma só vez. mentira: vou de um para o outro assim como o beija-flor faz com a flores escolhidas. 

tão lembrados do janela indiscreta da hitchcock ? pois é. tudo a ver. sobretudo quando se trata do alfred. pois é.   foi ele, o cornel,  que escreveu as linhas que deram sentido a esse excelente filme do mestre do suspense. janela indiscreta.

 o livro ? é a história de julie, a noiva da história.  mas não vou contar muito. spoiler ? por aí. essa palavra feia que acaba deixando toda história sem graça.

só sei dizer que é um livro arretado de bom.  ele – o livro – nos pega de um jeito que fica difícil até uma saída para tirar o “mijo do joelho”.  assim como  também aconteceu outro dia em que amanheci  com o thomas mann. fiquei num estado – nada de coma –  de atirar mundo pela janela e ficar naquela expectativa de quem botou o sapo para fora e ele insiste em voltar.

tá passando. esqueci o dorflex. melhor: esqueci que dormia e tudo não passava de um sonho. em tempo: a foto para ilustração é real,  encontrei-a por acaso. tem mais ? tem: sou uma melhor ilustração que o cornel e o alfred juntos (risos). mais: foto é minha, mas quem “a fez” foi esse meu poetamigo, antonio david, que em tudo que toca vira ouro (sou de carne e osso).

 

humberto david boa dois

 

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4 comentários

  1. Grande foto, belo texto.

  2. Antônio Aurélio Cassiano

    Grande Humberto. Bom te encontrar por esse mundo virtual. Belo texto e grande abraço.

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