Humberto de Almeida Eu Plural
Por Anco Márcio – em 02/04/2009 às 00h00
Filhos eu os tenho, dois; livros eu os escrevi, oito; árvores, eu as plantei, inúmeras. Mas não é por isso que me sinto feliz e realizado aos quase 65 anos. Não é apenas por isso. Minha felicidade maior vem do fato se ser verdadeiro, de falar e escrever verdades sem medos, mágoas, rancores, temores, sobressaltos, sustos.
Desafio a quem quer que seja a provar uma desonestidade, um deslize, uma falcatrua minha. Nasci pobre e pobre continuo. Mas, se não amealhei fortuna, amealhei conhecimento, uns poucos amigos, uma saúde de fazer inveja a muito jovem, um quase perfeito conhecimento da língua que falo e a sabedoria para viver distante dos idiotas.
Sou diplomado em teatro e me diplomei numa época em que essa arte era feita de maneira totalmente empírica no mundo inteiro. No teatro tive grandes alegrias. Tristezas, se as tive, não me lembro, talvez mesmo porque elas não existam. Sou um alcoólatra que soube parar a tempo e hoje, não condeno quem bebe, apenas EU, não posso beber…
Mulheres as tive muitas…Loiras, morenas negras, bonitas, feias, inteligentes, burras, lésbicas e putas.E como tive putas! Eu fui um dos Reis da Zona, no tempo em que ela existia, as mulheres davam de graça pra mim, o que cobravam caro aos outros. Não sei porque, mas era assim. Talvez por que eu as tratasse da mesma forma como tratava as meninas da sociedade. Peguei mulheres de amigos e não me arrependo. Elas é que deveriam se arrepender e não eu…
Recebi prêmios, todos eles merecidos, trabalhados, suados, extraídos à fórceps. Detesto política e políticos. Eles só são notícias para mim: a) quando morrem, b) quando matam c)quando são cassados. É uma classe que poderia ser útil, mas a cada dia se torna na grande pândega nacional. Felizmente, devido à idade, eu só voto apenas mais uma vez.
Detesto os covardes, os borra botas, os que se aproveitam da cumplicidade das mesas de bares, para falar de mim; os que se aproveitam da confidencialidade dos emails, para me destratar. Eu, quando quero criticar ou elogiar alguém, ou faço na presença, ou escrevo em público. E isso que me diferencia dos canalhas: eu sou um Homem…
Saudades do meu velho pai, obrigado Humberto pelas homenagens! Forte abraço!
Meu bom David! Anco Márcio, pelo menos por este amigo, será sempre lembrado como bom sujeito e grande jornalista e poeta! Sempre fui fã dele! Uma satisfação sem igual a oportunidade de fazermos tantas coisas juntos! jornal, crônicas, textos de humor, poesia… Anco era o cara! Putabraço!